Bordel e santuário
Como
sempre à meia voz
Cerveja
vinho cigarro
Carinhos
dentro do carro
Depois na
cama de hotel
O jogo
aberto entre nós
Chegou às
vias de fato
Intermináveis
orgasmos
Em doces
rios de mel
Modificou o cenário
Nossas
roupas pelo chão
Um bordel
um santuário
De
blasfêmia e oração
Na magia
do amor
Ora santa
ora pura
Na orgia
da paixão
Uma dama
uma puta
É infâmia
é pudor
Quando nós
vamos à luta,//
Música 11.855, R.Bozza.
Melhor ou pior
Não sei qual o melhor
Não sei qual o pior
Quando estou junto
Quando distante
Dessa mulher menina
Dessa menina mulher
Não sei qual o pior
Não sei qual o melhor
Se a presença
Ou a ausência
Pois nunca sei quanto a
quero
Como não sei quanto me quer
Quando estou perto
A quero longe
Quando estou longe
A quero perto
Não sei qual o pior
Não sei qual o melhor
Música 10.648,
R.Bozza.
Gelo
Contei os
dias as horas
Sufoquei
toda ternura
No fel da
cachaça
No mel da
cerveja
Afiei
dentes e garras
Pra ser
doída a tortura
No corpo
na alma
Da jovem
princesa
Vingança
Prato quer
se come frio
No entanto
A amargura
foi minha
Deu tudo
errado
O gelo que
ia dar nela
Triste
fracasso
Quem deu o
gelo foi ela
Na noite
escura sombria
Bebendo
por causa dela
Numa cruel
agonia
Adormeci
sobre a mesa.//
Música 10.647, R.Bozza.
Palavra adeus
Que gosto
um balde dela
Claro que
sim tá na cara
No dourado
da cerveja
No violão
a soluçar
No
pandeiro a ritmar
O meu
desejo a incendiar
Quanto
amor quanta paixão
Abençoados
por Deus
Que pena
tudo acabou
Com uma
palavra adeus
Que gosta
um balaio de mim
Tá na cara
claro que sim
No azul
claro do luar
Desenhado
nas estrelas
No infinito
a cintilar
No anseio
do seu olhar
Quanto
amor quanta paixão
Abençoados
por Deus
Que pena
tudo acabou
Com uma
palavra adeus.//
Música 10.646, R.Bozza.
A profecia
Sem eu
pedir
Sem ela
cobrar nada
A cigana
leu minha mão
Falou
assim
Estão
dizimadas
As vinhas
do teu coração
Sem um
alento
Assim como
está
Olho não
vejo saída
Infelizmente
Pra sempre
será
Um deserto
sua vida
Somente o
futuro dirá
Se o que ela
profetizou
Estaria
correto ou não
Somente o
futuro dirá
Se minha
alma morreu pro amor
Se meu
corpo secou pra paixão.//
Música 10.644, R.Bozza.
Com e sem ela
Sem ela
Sou um violão sem corda
Sou um violão sem braço
Que não chora
Que não canta
Sem ela
Sou um circo sem trapézio
Sou um circo sem palhaço
Que não voa
Não caçoa
Que não dança
Sem ela
Sou churrasqueiro
Sem carvão sem sal
Sem ela
Sou um folião
Sem o carnaval
Com ela
Sempre vai tudo bem
Sem ela
Vai sempre tudo mal.//
Música 10.643, R.Bozza.
Pensar e
repensar
Preciso pensar
Repensar nosso caso
Sem dolo pesar
Repesar nossos atos
Analisar
Tristeza que vai e que vem
Mas infelizmente real
O que hoje é réquiem
Um dia já foi carnaval
Está desabando
Desmoronando
Feito fileira de cartas
Com o forte vento a soprar
Como um castelo de areia
Erguido na beira do mar
Tristeza que vai e que vem
Mas infelizmente real
O que hoje é réquiem
Um dia já foi carnaval.//
Música 10.642,
R.Bozza.
Menina ou mulher
Seu rosto criança
Diz que ainda é menina
O corpo adulto
Afirma que já é mulher
Ainda é menina
Está no jeito natural
Ela já se fez mulher
Diz um trejeito sensual
Se for menina
Num mar de loucura
Acendo o cio
Pra saber como é
O corpo de mulher
No sorrir e no falar
É menina
Na malícia do andar
Já é mulher
Na pureza do olhar
É menina
Na indecência do sentar
Já é mulher
Se já for mulher
Num céu de ternura
Cubro de mimos
Refaço a trança
Pra que se sinta
De novo menina.//
Música 10.637, R.Bozza.
Nós dois é quase um pecado
Menina tome cuidado
Com a loucura que está pra
fazer
No auge da mocidade
Eu tão perto do ocaso
Medita pra não se arrepender
Gostar de mim é bem fácil
Se viajar nessa ilusão
Esquecer será difícil
Não ponha em risco o coração
Não quero sentir remorso
E a Deus ter que pedir
perdão
Sou um caminho que leva
Na certa pra desilusão
Em uma ida sem volta
De amargura e solidão
Meu destino de poeta
É madrugar ao violão.//
Música 10.636,
R.Bozza.
Igualzinha
Cabelos
cacheados
Nos ombros
caídos
No rosto
inocente
As raras
lentigens
A pele
sedosa
Morena
clarinha
De dia uma
santa
À noite
putinha
Trocando
seus olhos
De negros
pra verdes
A jovem
menina
Do mais
divino sabor
Ao meu
perdido amor
Fica tão igualzinha
De boca
rosada
E língua
vadia
De beijo
ardente
E seios
macios
O corpo
indecente
Com cheiro
de cio
Afagos
ardentes
De dar
calafrios
Trocando
seus olhos
De negros
pra verdes
A jovem
menina
Do mais
divino sabor
Ao meu
perdido amor
Fica tão igualzinha.//
Música 10.635, R.Bozza.
Renúncia
Ela era tão nova
Ela era tão virgem
Doce botão de rosa
Ainda um tanto verde
Aos poucos se abrindo
Semente preciosa
Com três palavras
Assim me disse
Eu amo você
Com três palavras
Foi me levando
Pro alto do céu
Com essas palavras
Doces carícias
Confesso exultei
Nessas palavras
Quase acredito
Porém meditei
Distante da mocidade
No coração o desamor
No fim da terceira idade
Muito espinho pouca flor
Não tendo mais tempo pra amar
Achei melhor renunciar.//
Música 10633, R.Bozza.
Juramento
Princesa
Se acaso
quiser
Perder seu
tempo comigo
Sem medo
Levar
adiante
Esse
gostar proibido
O azar
Desse
querer dividido
Um mal
Que faz
tão pouco sentido
Mas com
que vivo a sonhar
Que
incendeia meu corpo
Fazendo o
sangue ferver
E a cabeça
girar
Princesa
então eu te juro
Por minha
crença por tudo
Por todos
santos e santas
Com meu
corpo e minha alma
Tu serás a
mais amada
De todas
minhas amantes.//
Música 10.634, R.Bozza.
Lá estava o malandro
armando, pague o dízimo pague o dízimo
Que o diabo está pra chegar,
pague o dízimo pague o dízimo
Senão o diabo vai te pegar
Lá estava o otário pagando,
pelo dízimo pelo dízimo
Pois o diabo tava pra
chegar, pelo dízimo pelo dízimo
Para o diabo não o pegar
Um dia a notícia correu, não
era boato era de fato um fato
O pai da mentira de infarto
morreu
Como é sabido e notório, no
momento do velório
Cada um pesa seu luto
Sorriam os filhos da santa,
choravam os filhos da puta
Acontece malandro é
malandro, otário é otário também
Por seculorum por
seculorum, seculorum, amém
Lá estava o malandro
armando, pague o dízimo pague o dízimo
Para o diabo não retornar,
para o diabo não ressuscitar
Lá estava o otário pagando,
pelo dízimo pelo dízimo
Para o diabo não o pegar.//
Música 6994, R.Bozza.
Desilusão
Eu fiz
Raros
poemas pra ela
Feliz
A alma
cheinha de amor
Refiz
E derramei
aos pés dela
Não quis
Não leu
nenhum nem ligou
Meus
versos rolando no chão
Pisados
largados ao léu
No peito a
desilusão
Caí ao
inferno do céu
Bem feito
poeta bem feito
A moça é
uma rosa em flor
Você um
cravo no ocaso
Sem força
sem viço sem cor
Bem feito
poeta bem feito
Teu tempo
de amar já passou
Recolhe os
versos desperta
E não
sonhes mais com o amor.//
Música 4595, R.Bozza.
Liberdade
Na prisão
de um par de alianças
Sem um fio
de esperança
Longe da
felicidade
Eu vivia
há muito tempo
Sufocando
no meu peito
Um grito
de liberdade
Minha vida
Amargava
igual jiló
Tão
mendigo de carinho
Tão
carente de um xodó
Depois que
conheci você
Tudo mudou
Abri de
novo o coração
Para o
amor
Será
réquiem
Será
carnaval
Será pro
meu bem
Será pro
meu mal
Vou pagar
pra ver
Ver no que
vai dar.//
Música 4590, R.Bozza.
Meu velho
Pelos seus
cabelos brancos
Macios
clarinhos
Como fios
de algodão
Hoje
depois de muitos anos
Passeio
com as mãos
As
lágrimas correndo sem medo
Do meu
querido velho
Dizer que
não
Depois que
traí
Que neguei
meu pai
Essa vida
nunca mais
Vivi em paz
Senhor meu Deus
Cuida bem
do meu paizinho
Mostra a
ele com carinho
Como dói
meu coração
Pede a
Jesus
Que ensine
a gente
Como se
faz
Pra pedir
e dar perdão.//
Música 1646, R.Bozza.
Nostalgia
Faz muito
tempo
Ainda não
esqueci
O bairro
distante
A rua de
barro
A velha
casa onde nasci
Meus
amigos meus irmãos
A primeira
namorada
Doce amor
louca paixão
Quanta
lembrança
Muita
saudade
Que nem o
tempo
Pôde
apagar
Virei um
homem
Parti pra
longe
Mas o
menino
Ficou por
lá.//
Música 1638, R.Bozza.
O bem e o mal
Quando
Nossos
olhos se encontraram
Pela
primeira vez
Senti
Sem ter
qualquer talvez
Ter
encontrado o amor
Também
Que meu
destino
Estava
escrito
Seria de
alegria e dor
Doce que
nem mel
Amargo
igual fel
Pouca
ventura
Muita
desgraça
O bem e o
mal
Na mesma
taça
Quando
Nossos
olhos se deixaram
Pela
derradeira vez
Meu
presságio confirmou
Eu seria
para sempre
Prisioneira
desse amor.//
Música 1521, R.Bozza.
