Domingo de sol
Domingo de
sol
Dia de luz
E céu azul
De Norte a
Sul
Ao invés
de ir trabalhar
Botei no
bolso a mixaria
Enchi o
tanque do fusquinha
Calção de
banho e fui pescar
Catei
minhoca
No quintal
Peguei
caniço
Sem anzol
Pro peixe
beliscar
E não se machucar
O danado
do peixinho
Que cisca
belisca
Não ciscou
nem beliscou
Não fez
falta uma sereia
Sai do mar
deita na areia
Cisca
belisca
Pisca se
arrisca
Num
convite ao amor.//
Música 393, R.Bozza;
O Cupido e o poeta
Lá estava
o poeta
Sem
carinho sem ternura
Abraçado
ao violão
Uma sombra
de tristeza
Uma ponta
de amargura
No olhar
desilusão
Uma gota
dessa angústia
A rolar
caiu no chão
Tudo culpa
grande erro
Sem pensar
o Deus Cupido
De ternura
de desejo
O seu
peito transpassou
Pelo
encanto de Maria
Virgem
rosa abrindo em flor
Nem ligou
se ele já tinha
No coração
um grande amor
Hoje sofre
dividido
Entre o
Lar e a boemia
O seu
corpo é da menina
A alma da
poesia.//
Música 634, R.Bozza.
Amor à moda antiga
Antigamente
O amor
tinha cheiro
Gosto cor
de flor
Atualmente
Perdeu o
aroma
A cor o
sabor
Deixou de
ser primavera
Virou arma
de guerra
É
camisinha
É bactéria
Nele
carimbaram preço
Visando a
reprodução
Já mudou
de endereço
Não mora
mais no coração.//
Música 765, R.Bozza.
Apropinquação
Apropinquei-me
dela
Somente
com o intento
De brincar
de namorar
Dar um
aperto nela
Porém por
que não sei
Enrabichei
por ela
No negro
da trança
No sorriso
giz
No rosto
criança
Em seus
olhos gris
Mas
acontece
Ela se
apropinquou de mim
Só com o
interesse
De namorar
se divertir
Nem ligou
Pro meu
cabelo branco
Nem notou
O meu
sorriso franco
Não se
tocou
No meu
olhar anil
Não se
abalou
Com meu
amasso viril
Tudo
acabou
Qual
primeiro de abril
Zombar do
Deus Cupido
Pode ser
só comédia
Porém corre
o perigo
Do riso
virar tragédia.//
Música 793, R.Bozza.
Trancas e tramelas
Cansada
De sofrer
desilusão
Vou por
trancas e tramelas
Fechar
portas e janelas
Desse meu
Lacerado
coração
Do portão
Trocar a
chave
Da canção
Mudar a
clave
Desafinar
sem pena
O samba
que fiz pra ele
Eu só
tenho medo
Que meu
coração manteiga
Quando
perto dele
Por
completo se derreta
E de tolo
deixe de novo
No meu
peito o traste entrar.//
Música 798, R.Bozza.
Feito uma noite de São João
Lá vai o
balão rodando
Dentro do
azul do teu olhar
E no céu
da sua boca
Mil
estrelinhas a brilhar
No riso
alegre
O tremular
de bandeirinhas
Uma
fogueira
Sempre
acesa o coração
Entre os
quadris
Danço
quadrilha
Solto
foguete
Me
embriago de quentão
O meu amor
Doce
ardida
Faz voar a
imaginação
O meu amor
É mais
bonita
Do que
arraial de São João.//
Música 822, R.Bozza.
Trilogia do amor
Quando ele
chegou
Sorrateiro
em minha vida
Qual
posseiro vil senhor
De tão
criança ainda
Com a alma
o coração
Sonhei a
primeira ilusão
Vivia nos
meus olhos
Nos meus
versos
Nos meus
sonhos
Na rima de
toda canção
Tic tac
tic tac
Foi o
tempo rodopiando
Tic
tac tic tac
Veio o
mundo adoçando
Quando despertei
Da
mulher a consciência
Presa
fácil da paixão
Seus
lençóis manchei
Com o
rubro da inocência
Calando
a voz da razão
Quando me
deixou
Sem adeus
sem despedida
Mais
adulta que menina
Eu casei
com a solidão
Tic tac
tic tac
Foi o
tempo rodopiando
Tic
tac tic tac
Veio o
mundo amargando.//
Música 830, R.Bozza.
Eu juro
Esse meu
corpo vadio
Sem moral
sem compostura
Eu até
perdi a conta
A quantas
já pertenceu
Vivendo em
desatino
Ao sabor
de mil loucuras
Nos
desafios da cama
Sempre
ganhou não perdeu
Porém o
meu coração
Não sei
pro mal ou pro bem
Ainda é
virgem de ilusão
Nunca se
deu a ninguém
Somente a você
De alma
menina
E de corpo
mulher
Juro só você
Que eu amo
tanto
E nem sei
se me quer.//
Música 879, R.Bozza.
Os sirtes de Mirtes
Por muito
tempo
Dos
sentimentos
Da paixão
e do amor
Sortilégios
mandingas
Oferendas
patuás
De tudo isso
zombou
Sem medo
da lida
Sem medo
da sorte
Sem medo
da vida
Sem medo
da morte
E agora lá
vai ele
Tangido
qual sinuelo
Caído nos sirtes
Dos olhos
de Mirtes
Largou o
samba
A boemia
Fim da
cachaça
Com as
vadias
Escravo
dessa mulher
Sempre faz
o que ela quer
Num crente
fiel se tornou
E paga
dízimo ao pastor.//
Música 885, R.Bozza.
Noite em branco
Passei outra
noite em branco
Chorando
sofrendo
Lá embaixo
a cidade brilhando
Sem pena dizendo
Perdeste
Ele não
vai mais voltar
Desiste
Desse
amargo gostar
Desata o
nó do peito
E deixa o
pranto passar
Dor de
amor
Arde
maltrata
Dá-se o coração
Mesmo a
quem não nos quer
Dor de
amor
Fere não
mata
Fim da
solidão
Quando um
outro vier.//
Música 925, R.Bozza.
São João não me ouviu
Vai João
Vem José
Vamos
soltar o balão
Acender o
busca pé
Vai José
Vem João
Pra soltar
o busca pé
E acender
o balão
Dancei
quadrilha
A noite
inteira
Pulei
fogueira
Ligeiro a
noite acabou
Feliz da
vida
Fiz tantas
rezas
Nove
novenas
Pra um dos
dois ser meu amor
Acho
nenhum
Santo me
ouviu
O tempo
correu
O mundo
girou
João não
me quis
José com
outra casou.//
Música 979, R.Bozza.
Ela se foi
Hoje o dia
amanheceu
Nublado
Sem afã sem
sol
Coitado
Sem azul sem
luz
Triste
assim como eu
Por tantas
vezes
Ela jurou
a chorar
Literalmente
Que não
iria voltar
Por
quantas vezes
As suas
juras quebrou
Só que
dessa vez
Não jurou
e nem voltou.//
Música 1114, R.Bozza.
Amor de cama
O primeiro
namorado
Não foi
meu primeiro amor
O grande
amor da minha vida
Eu não era
mais menina
Fruta já
madura no pé
Foi ele
quem me fez mulher
E compreender
Que de
fato não se ama
Se
desconhecer
O mel do
ato da cama
Cega de
ilusão
A gente
chega até
Dar o
coração
Mesmo pra
quem não nos quer.//
Música 1117, R.Bozza.
É hora de adeus
Meu
coração
Ouça a
razão
O mal
aconteceu
Já resolvi
Já decidi
Dessa vez
é adeus
Chegou a
hora
Sofrer
chorar
De ir
embora
Desse
lugar
Tudo
acabado
Mais um
fracasso
Só restam
farpas
A lacerar
Tudo
perdido
Temos que
partir
Não leve
nada
Não deixe
nada
Que dê
motivos
Pra voltar
aqui.//
Música 1448, R.Bozza.
Mestre de amor
Em matéria
de amor
Quase
tirei mestrado
Para virar
professor
Falta um
gostar de verdade
Namoradas
mais de cem
Amantes
cinquenta e tal
Sem contar
os três dias
De folia
de carnaval
Amores que
me enganaram
Calculo
vinte
Que
quiseram só por querer
Eu chuto
quinze
Que
desejaram de fato
Acho que
cinco
Quem me
deu amor
Com
sinceridade
Só uma
A quem dei
amor
Real de
verdade
Nenhuma.//
Música 1461, R.Bozza.
Um adeus de liberdade
Quando
falou de adeus
Fiquei tão
surpreso
Que nela
existisse
Tanta indiferença
Isentando-se de culpa
Num chavão como desculpa
Por favor
Perdoa amor
A vida é mesmo assim
Não guarde raiva de mim
Não consegui ocultar
O afã a alegria
Dentro do peito já tinha
Um xodó a me adoçar
Não sei talvez de maldade
Revelei toda verdade
Por favor
Perdoa amor
O chavão eu devolvi
Não guarde raiva de mim.//
Música 1483,
R.Bozza.
