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sábado, 30 de abril de 2016

Meu palácio, Nº 5174

Meu palácio

O casebre de madeira
Lá no alto da ladeira
Não foi fácil construir
Cada tábua que pregava
Uma outra se soltava
Nem sei como consegui

Mas o meu barraco
Finalmente está de pé
Pra virar palácio
Só falta o amor de uma mulher

Essa mulher existe
Tem no olhar o céu
Em sua boca o mel
Essa mulher existe
O ouro do sol em seu cabelo
Sabor de sexo no corpo inteiro

O barraco no meio da ladeira
Finalmente está de pé
Pra virar palácio de madeira
Só falta o amor dessa mulher.//
Música 5174, R.F.Bozza/R.Bozza.








sexta-feira, 29 de abril de 2016

Agonia, Nº 5176

                                  Agonia

Por de pé nessa ladeira
Meu palácio de madeira
Ah meu Deus foi tão difícil
Missão quase impossível

Cada tábua que pregava
Uma outra se soltava
De agonia em agonia
Ficou pronta minha casa

Na entrada um jardim
Lá nos fundos uma roça
No meu peito um frenesi
De esperança por Rosa

Choveu uma chuva desregrada
Benfazeja para uns
Para outros malfadada
Os meus sonhos destruiu
O barraco o jardim a roça
Tudo que eu construí
Só o que resta é fugir
Para longe bem longe de Rosa.//
Música 5176, R.F.Bozza/R.Bozza.





quinta-feira, 28 de abril de 2016

A solução, Nº 5307

A solução

A branca folha amassada
Do meio dos seus guardados
Um forte vento soprou
Tinha nome tinha data
Não pertencia ao passado
Era uma carta de amor

Jogada sem o devido cuidado
Ela sabia jamais olharia
A sua privacidade
Foi o destino talvez o acaso
Que naquele dia por ironia
Mostrou a triste verdade

Havia outro alguém
Ao invés de chorar cantei
Do meu remorso era a solução
Pra minha vida o mel
Um passaporte pro céu
Havia outra no meu coração.//


Música 5307, R.F.Bozza/R.Bozza.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Quarta-feira de carnaval,5354

Quarta-feira de Carnaval

Nesse ano a quarta-feira
Não foi de cinzas afinal
Desabrochava a morena
No estertor do Carnaval

Não bailavam mais confetes
Nem trançavam serpentinas
No salão sem os pierrôs
Arlequins ou colombinas

Ainda rondava o deus do amor
Que em uma só flechada
De amor envenenada
Dois corações transpassou

Esse ano a quarta-feira
Não foi de cinzas afinal
Pra aquela jovem morena
O Carnaval começou.//

Música 5354, R.F.Bozza/R.Bozza.




terça-feira, 26 de abril de 2016

Por que, Nº 5352

Por que

Não arde mais a fogueira
E nem explode o rojão
Sem baile sem brincadeira
Perdeu o gosto o quentão
No céu coalhado de estrelas
Que pena nenhum balão

Cadê a quadrilha
O pai com a filha
O delegado de arma na mão
O noivo amarrado
Bem subjugado
Pra que não possa gritar pelo não

É tanta tristeza
Que chega a dar pena
Perdeu-se toda ilusão
Só resta agonia
Nas ruas vazias
Sem festas de São João.//

Música 5352, R.F.Bozza/R.Bozza.






segunda-feira, 25 de abril de 2016

Noite de insônia, Nº 5348

Noite de Insônia

Fui deitar pensando nela
A casa sombria
O quarto vazio
O leito tão frio sem ela

Insone na cama
Lembranças de Ana
A machucar a ferir

Que noite medonha
Que noite tristonha
Cruel a me perseguir

Que noite amarga de insônia
Rolando sem poder dormir
Só com os clarões da titônia
Chorando eu adormeci.//

Música 5348, R.F.Bozza/R.Bozza.







domingo, 24 de abril de 2016

Eu e ela, Nº 5381

Eu e ela

Eu e ela
Ao anoitecer
Nos estertores do dia
Eu e ela
Não esquecer
O coração pretendia

O amor antigo
Tentando ressuscitar
Coisas amigas
 O peito a acalentar

Eu e ela
Ao som do mar à luz da lua
Eu e ela
Deliciosamente nua

Eu e ela
Ao amanhecer
Nos claros de um novo dia
Eu e ela
Não esquecer
Tudo que a gente queria.//
Música 5381, R.Bozza.



sábado, 23 de abril de 2016

Mágoas, Nº 5402

Mágoas

João Pereira rezou
De joelhos no chão pediu
Pra chuva cair no seu Ceará
Mas a chuva por lá não caiu
João Pereira cansou
De todo rezar desistiu
Cansou de insistir ao desesperar
Em falsa oração sucumbiu

E a água que molhava
Que ardia os olhos seus
Era raiva era mágoa
De não alcançar o bom Deus

Lamentos berros e pragas
Foi tudo que o Pai escutou
De João Pereira arrasado
Que até o ventre amaldiçoou
E aí só de castigo
Toda a chuva que havia
E há tanto tempo não vinha
Do alto do céu desabou.//
Música 5402, R.Bozza.






sexta-feira, 22 de abril de 2016

Pobre moço, Nº 5439

Pobre do moço

Pobre do moço furando poço
Naquele angu de caroço
Pobre do moço chupando osso
Sobra da carne de pescoço
Coitado do moço
Não chega ao fim o sufoco
Comendo na janta
O que sobrou do almoço

Um naco de pão tão duro
Que nem mesmo o Diabo consegue amassar
Uma praga um esconjuro
Pois de tanto sofrer já nem sabe rezar
Onde anda o Absoluto
Talvez não se importe com as coisas de lá

Olhar mareado no rosto molhado
Areia suor fazendo pirão
Um arrimo de mãe o pobre coitado
Foi batizado de Sebastião


Pobre do moço furando poço
Naquele angu de caroço
Pobre do moço sonha com o osso
Que não sobrou do almoço.//
Música 5439, R.F.Bozza/R.Bozza.





quinta-feira, 21 de abril de 2016

Provação, Nº 5479

Provação
Foi tanta prece tanto pedido
Tanta oração
Foi tanta reza de olhos no céu
Joelhos no chão
De um povo sofrido com fé a clamar
Que a chuva arriasse lá no Ceará

Alguém que ouviu
Na certa não foi o bom Deus
Primeiro um rio depois um mar
A água caiu
Como nunca antes choveu
De toda a terra inundar

Foi tanta prece tanto pedido
Tanta oração
Foi tanta reza de olhos no céu
Joelhos no chão
De um povo sofrido com fé a clamar
Que a chuva abrandasse lá no Ceará

Alguém que ouviu
Na certa não foi o bom Deus
A chuva se foi daquele lugar
Pra longe sumiu
Como nunca antes secou 
De toda a terra arrasar.//
Música 5479, R.F.Bozza/R.Bozza.












quarta-feira, 20 de abril de 2016

Acredite, Nº 5485

Acredite

Mal pude acreditar
Quando cruzou o salão
Quando estendeu sua mão
E me tirou pra dançar

Ah se o tempo parasse se ele perpetuasse
Aquele doce momento
Tal como fotografia na certa me pouparia
De um cruel sofrimento

Mal pude acreditar
Quando deitou-me no chão
Quando mordi sua mão
Com a inocência a sangrar

Ah se o tempo parasse se ele perpetuasse
Aquele doce momento
Tal como fotografia a certa me pouparia
De outro cruel sofrimento

Mal pude acreditar
Que não entrou no salão
Não estendeu sua mão
Que abandonou-me no altar

Ah se o tempo voltasse Se ele perpetuasse
Antes do triste momento
Tal como fotografia na certa me pouparia
Desse cruel sofrimento.//
Música 5485, R.F.Bozza/R.Bozza.













terça-feira, 19 de abril de 2016

Obra de quem, Nº 5494

Obra de quem

Nunca se viu uma seca tão cruel
Assim tão difícil de existir
Nunca se viu tanto fogo lá do céu
Assim tão difícil de fugir
Num triste lamento o povo a rezar
Que a chuva caísse um pouquinho por lá

Será o foi bom Deus quem ouviu
Será que foi coisa do Cão
Toda chuva do mundo caiu
Naquele pedaço de chão

Nunca se viu uma chuva tão cruel
Assim tão difícil de parar
Nunca se viu tanta água lá do céu
Assim tão difícil de aguentar
Num triste lamento o povo a rezar
Pedindo que a chuva abrandasse um pouco por lá

Será foi o bom Deus quem ouviu
Será que foi coisa do cão
Toda chuva de novo sumiu
Daquele pedaço de chão.//
Música 5494, R.F.Bozza/R.Bozza.


segunda-feira, 18 de abril de 2016

Nosso adeus, Nº 5632

Nosso adeus

Ontem fiz uma canção para minha Daniela
Ontem do meu coração abri portas e janelas
Na inocência dos meus quase vinte anos
Sem entender de amor sem conhecer desenganos
Jovem temente a Deus
Não vi a maldade alheia
Tecendo a sua teia
Tramando nosso adeus

Hoje fiz outra canção
Pensamento em Daniela
Hoje do meu coração
Fechei portas e janelas
Na consciência dos meus mais de trinta anos
Diplomado em amor vacinado em desencantos
Já não temente a Deus
Ainda choro o adeus.//


Música 5632, R.F.Bozza/R.Bozza.

domingo, 17 de abril de 2016

Meu Sabiá Laranjeira, Nº 5665

Meu Sabiá Laranjeira

Meu Sabiá laranjeira vai de carreira
Ligeiro avisar
A todo povo da mata o homem que mata
Está pra chegar

Ouve do vento o assobio
Vem lá das bandas do rio
Trazendo a má sorte causa calafrio
Seus golpes de morte sem pena sorrindo

Faz uma prece e pede num canto doído
Malembe pra nós
Quem sabe até deus atende lá no paraíso
Solta com fé tua voz

Meu Sabiá Laranjeira vai de carreira
Mas cuida ao voltar
Não tropeçar com essa praga ou não mais a mata
Vai te ouvir cantar

Faz uma prece e pede num canto doído
Malembe pra nós
Quem sabe até deus atende lá no paraíso
Solta com fé tua voz.//

Música 5665, R.F.Bozza/R.Bozza.





sábado, 16 de abril de 2016

Todo mundo chora. 5671

Todo mundo chora

Meu bom companheiro
Da roda de bamba gandaia e bebedeira
Fiel escudeiro
Esqueceu o samba as saias a saideira

Malandro moleque
De tantos amores
Deitando aos seus pés
Peito lacerado
Caído de quatro
Provando o revés

Por certa morena
Bonita faceira
De lá da mangueira
Mas interesseira

E agora
Pandeiro cavaco
Cuíca violão
Todos choram
Os versos as notas
Deste samba-canção.//
Música 5671, R.F.Bozza/R.Bozza.




sexta-feira, 15 de abril de 2016

Uma canção pra Daniela, Nº 5695

Uma canção pra Daniela

Fiz essa canção pra Daniela
Na intenção dela voltar pro nosso lar
Vim até aqui dizer pra ela
Que nesse mundo outra mulher igual não há

Pedindo perdão pelas mazelas
Que tantas vezes cruelmente a fiz passar
Como a vida é triste longe dela
Tudo é motivo pra uma lágrima rolar

Trouxe brincos e cordão de prata
Uma rosa amarela e esta canção
Golpe de morte vi Daniela
Com um outro abraçada no portão

Os brincos o cordão de prata
Eram só peças de lata
As rosas a doce canção
Despedaçadas pelo chão

Transformou-se a poesia
Em triste desilusão
Com a alma em agonia
Dei as costas ao portão.//

Música 5695, R.F.Bozza/R.Bozza.



quinta-feira, 14 de abril de 2016

Castigo, Nº 5698

Castigo

Eu fui me desesperando com a seca se alastrando
Os recursos acabando e a fome aumentando
Os mais velhos alertando os amigos comentando
Mas de nada adiantando os conselhos avisando

Era preciso meditar
E não fugir do meu lugar
Pouco dinheiro um violão
Medo da morte lá do sertão

Antes de seguir a trilha despedindo da família
Dei um beijo em cada filha
Juramento pra Ercília
Amor só ela ou a solidão

Mas fui atrás da riqueza não só para por à mesa
Mais um bocado de pão
Errei sabendo do erro a causa do meu desterro
Levado pela ambição

Aí apaguei a trilha desertando da família
Amargo crime sem perdão
Esfaimado ao desabrigo sem a mão de um amigo
Assim paguei a traição

Sem família e sem ter fé
Esse foi o meu castigo
Acabar feito mendigo
Ébrio na praça da fé
Foi-se o pouco dinheiro
Até vendi o violão
Que saudade que eu tenho
Da morte lá do sertão.//
Música 5698, R.F.Bozza/R.Bozza.








quarta-feira, 13 de abril de 2016

Triste missiva, Nº 5703

Triste missiva
Essa carta decisiva é pra não gostar saliva
Pra poupar o ego meu
Só usando essa missiva pra falar em despedida
Pra confirmar o adeus

Por correspondência evito briga
E qualquer discussão
Sem maledicência ou intriga
Nesta separação

Tudo aquilo que foi meu
Hoje é teu pode guardar
Só levo alguns trapos
Do que um dia foi um lar

Hoje eu não vejo a hora o alívio de ir embora
Não há pranto a rolar
Nesse adeus vou dizendo o quanto me arrependo
Do erro de te amar

Se a saudade chegar
Não me ponha em teu futuro
Não venha me procurar
Que também não te procuro.//
Música 5703, R.F.Bozza/R.Bozza.













terça-feira, 12 de abril de 2016

Abandono, Nº 5750

Abandono

Corpos rolando na cama
Roupas caídas no chão
Começo e fim de um drama
Como é cruel a paixão

Aqueles jovens amantes
Pena já tinham seus donos
Um anoitecer delirante
Um amanhecer de abandono

Corpos rolando na cama
Roupas caídas no chão
Começo e fim de um drama
Como é cruel a paixão

Os mesmos velhos amantes
Não tinham mais os seus donos
Um anoitecer inconstante
Um amanhecer nebuloso.//

Música 5750, R.F.Bozza/R.Bozza.





segunda-feira, 11 de abril de 2016

Eu gosto dela, Nº 10595

Eu gosto dela

Às vezes
Eu gosto dela
De um modo manso
Como se fosse uma virgem
Como se fosse uma santa

Às vezes
Eu gosto dela
De um modo bruto
Como se fosse uma dama
Como se fosse uma puta

Eu gosto dela
Sem trava sem freio
De um modo sensato
De um modo insano

Ela está sempre
Ausente ou presente
Em todas as minhas tramas
Dentro ou fora da cama.//

Música 10.595, R.Bozza.










domingo, 10 de abril de 2016

A única, Nª 10594

A única
Se essa
Tivesse os olhos verdes
Como tinha aquela
O meu primeiro amor
De outrora
Seria igualzinha
A ela
Que o tempo sem pena levou

Ela era a única
A minha primeira dama
Só não era a única
Que deitava em minha cama

Se aquela
Tivesse os olhos negros
Como tem essa
O meu mais novo amor
De agora
Seria igualzinha
A ela
Que o tempo ainda não levou

Ela é a única
A minha primeira dama
Só não é a única
Que se deita em minha cama.//
Música 10.594, R.Bozza.


sábado, 9 de abril de 2016

Jogo igual, Nº 11285

Jogo igual

Ela ainda vai pros vinte
Eu já passei dos sessenta
O despeitado agride
O mal amado comenta
Vai dar em um final triste
O coração não aguenta

Ela tem toda vantagem
Do forte poder da mocidade
Eu porém a porcentagem
Do conhecer da terceira idade
É igual nossa ilusão
Um mar de amor e paixão

Acerto desacerto
Pode ser pro bem pro mal
Ventura desespero
Réquiem ou carnaval
Por isso eu considero
O nosso jogo igual.//

Música 11.285, R.Bozza.