Vai ser assim, Nº 11351

 

Vai ser assim

 

Decididamente

Nosso caso não é mais o mesmo

Sem calor nosso lar não temos como negar

Delicadamente

Mas de peito aberto sem medo

É hora de conversar o revés está no ar

 

Muita carência

De amor de paixão

Total falência

Do mel da ilusão

 

Precavidamente

Em nome da razão do bom senso

Espinhos ocultar nem tudo perguntar

Propositalmente

Não questionar se existem segredos

Para não machucar para não magoar

 

Esse é o retrato

Da nossa união

Caminho sem volta

Pra separação.//

Música 11.351, R.Bozza.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Segunda de sol, Nº 11389

 

Segunda de sol

 

Peguei a caixa de anzol

Peso caniço e linha

Catei minhoca no quintal

Bem cuidado da vizinha

 

Segunda-feiraeu bem sei

Dia de sufoco de trabalhar

Porém hoje o astro rei

Está convidando pra vadiar

 

Sem fazer muito carnaval

Pra não acordar Claudinha

Com nota azul de real

Enchi o tanque do fusquinha

 

Bem baixinho assobiando

Feito criança ao aprontar

Vesti o calção de banho

Sandália de dedo e fui pescar.//

 

Música 11.389, R.Bozza.

 

 

 

 

 

 

 

Nosso coração, Nº 11533

 

Nosso coração

 

O coração da gente

Nem sempre

É órgão competente

Às vezes não sabe se comportar

Depende

Do desafio que vai enfrentar

 

Pode ser valente

Bater de frente com o Diabo

Pode ser covarde

Chorar pela mulher amada

 

É tiro e queda 

Pra abastecer

A nossa circulação

Mas sempre erra 

Ao resolver

Coisas de amor e paixão

 

Pode ser valente

Bater de frente com o Diabo

Pode ser covarde

Chorar pela mulher amada.//

Música 11.533, R.Bozza.

 

 

 

 

 

 

 

Coração não pensa, Nº 11034

 

Coração não pensa

 

Se o coração da gente

Soubesse raciocinar

Perdoem o pleonasmo

No meu jeito de falar

Com certeza certamente

Sem medo de me enganar

O tolo desmiolado

Não deixava o amor entrar

 

Acontece

Coração não pensa

Só bate apanha

Às vezes sem razão

Logo esquece

E a quem o fere

A quem o arranha

Ligeiro dá perdão

 

Com certeza certamente

Sem medo de me enganar

Se o coração pensasse

Não deixava o amor entrar.//

 

Música 11.034, R.Bozza.

 

 

 

 

 

 

Nem ligo, Nº 11603

 

Nem ligo

 

Os amigos gozam

Os parentes troçam

Das milhares de melodias

Que dizem que fiz

Sorriem descrentes de mim

Também pudera

Fica difícil acreditar

Em obra incrível assim

 

Os estranhos malham

Inimigos calam

Talvez achem que é fato

Um acervo tão grande assim

Acho que se roem

Acho que se moem

Acho se consomem

De raiva de inveja de mim

 

Amigos parentes perdôo

Não troçam para me ferir

Inimigos estranhos desprezo

Falem mal mas falem de mim.//

 

Música 11.603, R.Bozza.

 

Nas coisas do coração, Nº 11604

 

Nas coisas do coração

 

O amor a paixão

São flores do bem

Ou do malmequer

Feitas de ilusão

Não nascem no mato

E nem crescem no pé

 

Poderosas

Com a força de um trovão

Perigosas

Com o fogo de um vulcão

Ardilosas

Não escutam a razão

 Melindrosas

Nas coisas do coração

 

Fortes sentimentos

Cuidado deles não zombem 

Faça o tempo que fizer 

A qualquer momento

Faz menino virar homem

E menina virar mulher.//

 

Música 11.604, R.Bozza.

 

 

 

 

 

Meu balãozinho, Nº 11737

 

Meu balãozinho

 

Lá vai meu balãozinho

Meu pequenino balão

De poucas folhas de papel

Subindo subindo

Sem medo do escuro breu

 

Lá vai meu balãozinho

Ao encontro de São João

Lá longe no azul do céu

Sumindo sumindo

Por entre as nuvens ao léu

 

Levando um lamento

Contando um segredo

Que a sete chaves

Eu trago em meu peito

 

Se mandar coragem

Que até hoje faltou

Eu faço a viagem

Pra ela falo de amor.//

 

Música 11.737, R.Bozza.

 

 

 

 

 

 

 

 

Sem resposta, Nº 11738

 

Sem resposta

 

Ás vezes me pego pensando

Sorrindo

No tempo feliz que passou

Às vezes me pego lembrando

Querido

Nós dois perdidos de amor

Aí me pego cismando

Por que tudo entre nós terminou

 

Amor

No peito nunca faltava 

Paixão

Na cama ardia queimava

 

Se não faltou amor

Se não faltou paixão

Qual foi a causa então

Da nossa separação.//

 

Música 11738, R.Bozza.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Saudades, Nº 11761

 

Saudades

 

Dentro da terceira idade

No limiar dos sessenta

Sinto farpas de saudade

A lacerar o meu peito

 

No céu balões e pipas

Na calçada o pião

No colégio a namorada

Aquecendo o coração

Na ternura do amor

Na fervura da paixão

 

Foi-se o tempo de criança

De ventura de esperança

Foi-se o tempo de rapaz

Coisas que não voltam mais.//

 

Música 11.761, R.Bozza.

 

 

 

 

 

 

 

Nas quatro estações, Nº 11862

 

Nas quatro estações

 

Quando a conversa é mulher

Quando o assunto é paixão

Em se tratando de amor

Chorei bem pouco o malmequer

Nas doenças do coração

Modéstia a parte sou doutor

 

No verão

Poucos amores

E muitas paixões

No outono

 Raras as paixões

Dúzias de amores

 

No inverno

Foram uns vieram outros

Na primavera

Voltaram todos de novo.//

 

Música 11.862, R.Bozza.

 

 

 

 

 

 

 

Natália, Nº 11874

 

Natalia

 

Natalia

No dia que te conheci

Não sei se do sul

Não sei se do norte

Um vento mais forte

Soprou avisando assim

 

Jorge menino Jorge

Cuidado presta atenção

Que essa morena

De tanta beleza

 Pode te salvar

Ou ser tua perdição

 

Ao vento amigo

Não dei ouvido

Calei a voz da razão

Com o peito ferido

De amor perdido 

Eu dei pra ela

Meu coração,//

 

Música 11.874,  Jorge Silva/R.Bozza.

 

 

Briga a vera, Nº 11896

 

Briga à vera

 

Nessa madrugada

Dois descontrolados

Entre eu e ela

Foi briga à vera

 

Mandando pro espaço

Todo bom senso e razão

Cada um pro seu lado

Chorando a separação

 

Como não houve pancada

Não se envolveu pai e mãe

De valor não quebrou nada

É esperar o manhã

 

Sem grito de guerra

Ninguém atirou

A primeira pedra

Pode haver solução

Ainda resta esperança

De reconciliação.//

 

Música 11.896, R.Bozza.

 

 

 

 

 

Amores proibidos, Nº 11899

 

Amores proibidos

 

Eu tenho dois amores

Menos de vinte

Mais de trinta

Uma ainda menina

A outra já feita mulher

Amo essas duas flores

Mesmo sendo proibidas

Deixa falar quem quiser

 

De uma

Me encanta a alma

Da outra

O corpo me excita

 

A menina desfez a trança

Por fora bonita

Por dentro cativa

A mulher ainda usa trança

Por dentro tão linda

Por fora perdida

 

De uma

Me encanta a alma

Da outra

O corpo me excita.//

Música 11.899, R.Bozza.

 

 

 

 

 

 

Não é o bastante, Nº 11915

 

Não é o bastante

 

Dizer que me ama

Jurar que me adora

A todo momento

A todo instante

São coisas que gosto

Mas não é bastante

 

Se quiser ficar comigo

A única a última

Dentro e fora da cama

Sempre diga sim

Nunca diga não

Pra todas as minhas tramas

 

De dia seja santa

Na lida na luta

De noite seja outra

Com gosto de puta

Para ser eterna amante

Dizer que me ama

Jurar que me adora

Não é o bastante.//

 

Música 11915, R.Bozza.

Desolação, Nº 11018

 

Desolação

 

Ficou tão grande

Essa distância

Entre nós dois

Ficou tão fundo

O negro abismo

Cruel atroz

 

De congelar a alma

De arrasar o corpo

De estraçalhar o coração

Roubando a paz

 

De destruir a calma

De por marcas no rosto

De triturar a ilusão

Que se desfaz

 

Somos dois fracassados

Amargando o desgosto

Da triste separação

É dor demais

Acabou em solidão

Esse amor

Essa paixão

Que não voltam mais.//

Música 11.018, R.Bozza.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Avisos, Nº 11952

 

Avisos

 

A linda morena

Quase em minha frente

Um olhar de serpente

Mirou sobre mim

Qual jovem tigresa

Bem mais insistente

Sorriu envolvente

Um branco marfim

 

Ouvi o aviso

Do meu poderoso orixá

Paguei minha conta

E fui beber em outro bar

 

A mesma morena

Surge em minha frente

Ainda mais convincente

Sorri novo xis

Sentou sobre a mesa

De modo indecente

E sensualmente

Abriu-se pra mim

 

Calei o aviso

Do meu poderoso orixá

Paguei nossas contas

E fomos na cama dançar.//

 

Música 11952, R.Bozza.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Pagar pra ver, Nº 11951

 

Pagar pra ver

Quando a esmola é grande

O pobre desconfia

Diz o adágio com razão

Corpo e alma ferida

Recém saída

De uma desilusão

 

De lá

Olhou piscou sorriu

De cá

Fingi que nada vi

De lá

De novo insistiu

Paguei a conta

Com intenção de fugir

 

Acontece

Talvez obra do destino

Pegou meu braço

Realmente decidido

Lá fomos nós pelo salão a rodar

Como se o mundo fosse acabar

 

O que irá acontecer

Não sei sei lá

Não quero nem saber

Seja o que Deus quiser

Eu vou deixar rolar

Eu vou pagar pra ver.//

 

Música 11951, R.Bozza.