Momentos, Nº 120

Momentos

Há momentos que me sinto, tão sozinho tão perdido

Tão do mundo esquecido, esteja em qualquer lugar

Solidão dentro do peito, só passado esses momentos

Vai tão longe o pensamento, que me perco a recordar

Já não sei mais o que faço

Pra apagar essas lembranças

Os meus sonhos em pedaços

Foi pro espaço a esperança

Com o ciúme e a solidão

A lacerar meu coração

Tenho medo que os momentos, passageiros de agora

Se prolonguem a qualquer hora pelo tempo de uma vida

Que eu não possa suportar

Deus do céu então permita, que a minha seja breve

Como o dia que anoitece, como a noite que à manhã

Sempre cede o lugar

Há momentos que me sinto, tão sozinho tão perdido.//

Música 120, R.Bozza.

Com ela e sem ela, Nº 7349

Com ela e sem ela

Ontem com ela, tudo era magia

Fantasia poesia

Quando ela chegava

Uma loucura o brega, mais ternura a seresta

Meu coração dava festa

Batucada em minha mesa

Eu que não bebo, cantando bebia

Vinho conhaque, batida cerveja

Hoje sem ela, tudo é agonia

A noite fria vazia

Longe da minha amada

Com amargura o brega, sem doçura a seresta

A madrugada não presta

Silêncio em minha mesa

Eu que não bebo, chorando bebia

Vinho conhaque, batida cerveja.//

Música 7349, R.Bozza.

Bebel, Nº 8114

Bebel

Bebel Bebel

De pelo negro amarelo

Olhos doces feito o mel

Bebel Bebel

Essa gracinha até parece 
Um anjo que caiu do céu

Para comer quanto reclama 

Para beber tanto faz fita

Pra obedecer é aquele drama

Para dormir como resiste

Meiga suave, levada boazinha

Ela adora, ganhar e dar carinho

Quando apronta, com seus brinquedos

A turma gosta, dando risada

Ela se agita tudo é festa

Mas quando apanha, mete até medo

A turma corre, em disparada

Ela se ouriça, vira uma fera.//

Música 8114, R.Bozza.

Nosso amor, 7351

Nosso amor

Nós dois cá fora da cama, parece amor de menino

Olhos nos olhos, mão na mão

De coração pra coração

sempre a trato feito santa, e não cometo desatino

É assim, nosso gostar nosso carinho

O amor que a gente faz

Qualquer poesia, qualquer fantasia

Leva ao céu, nunca é demais

Nós dois lá dentro da cama, è amor de muito pecado

Loucas e longas viagens

Sem limite as sacanagens

Eu a trato feito dama, com um tempero apimentado

É assim, nosso gostar nosso carinho

O amor que a gente faz

Na nossa orgia, qualquer putaria

Doce mel, nunca é demais.//

Música 7351, R.Bozza.

O que eu faço, Nº 7359

O que eu faço

Quando você num lindo dia, cruzou o meu caminho

Foi amor um doce mel, quanta ventura e carinho

Meus olhos caindo nos seus

Seus olhos perdidos nos meus

O meu coração sorrindo

Cantava, dando graças a Deus

Tudo o que é bom dura pouco

Por falta de sorte, ou sobra de azar

Era agosto o mês do desgosto

Foi um tal de sofrer, foi um tal de chorar

Quando você num triste dia, deixou o meu caminho

Desamor amargo fel, quanta amargura quanta espinho

Meus olhos ainda nos seus

Seus olhos fugindo dos meus

O meu coração ferido

Chorava, a culpar o bom Deus.//

Música 7359, R.Bozza.

Ela veio e se foi, Nº 7368

Ela veio e se foi

Ela veio se insinuando, com os pingos da chuva

Que o vento forte trazia

Ela veio se aventurando, com o sopro do vento

Que a fraca chuva zunia

Ela veio me enfeitiçando, com o azul prateado

Que das estrelas luzia

Ela veio, com todo o mistério do mundo

Ela se foi, em uma fração de segundo

Ela foi se esgueirando, com os pingos da chuva

Que ao forte vento se ia

Ela foi se afastando, nos sopros do vento

Que com a fraca chuva corria

Ela foi desencantando, com o negro da noite

Que tudo de luto cobria

  

Ela veio, com todo o mistério do mundo

Ela se foi, em uma fração de segundo.//

Música 7368, R.Bozza.

Pé de vento, Nº 8101

Pé de vento 

Eu sonhei que um pé de vento  

Abria em par a janela, feroz e foi entrando por ela

Em um arranco mais forte, fez uma volta no sul

Me carregando pro norte, num céu sem nuvens azul

Atrevida a ventania, sem perguntar se eu queria

Ir junto com ela ou não

Rodou o tempo ao contrário, eu fui parar no passado

Pra uma antiga ilusão

Acordei com um pé de vento

Batendo em minha janela, veloz querendo entrar por ela

Lá fora o Sol brilhava no azul, sem nuvens de norte a sul

Lembrei de um amor, que nunca teve sorte

Lembrei de uma dor, com gosto de morte

Aí, fechei com força minha janela

A sete chaves, com trinco e tramela.//

Música 8101, R.Bozza.

Pobres coitados, Nº 8102

Pobres coitados 

Naquele dia, era um tal de por tudo pra tudo sorrir 

A alma ardendo, morrendo de medo 

Naquele primeiro beijo, roubado por ela e por mim 

Ali foi nascendo o nosso segredo 

Não fomos heróis, nem dois covardes 

Pobres coitados dos nossos pares

Naquela noite, era um tal de por tudo pra tudo cantar

O corpo em brasas, já descontrolado

Naquele primeiro sexo, como se o mundo fosse acabar

Ali foi nascendo o nosso pecado

Não fomos heróis, nem dois covardes

Pobres coitados dos nossos pares

No outro dia na outra noite, um tal de mentir de fingir

Com o remorso condenando a traição

Mais outro dia mais outra noite, num tal de amargar de chorar

Por nosso crime hediondo sem perdão.//

Não fomos heróis, só dois covardes

Pobres coitados dos nossos pares,//

Música 8102, R.Bozza.

Voa pensamento, Nº 8094

Voa pensamento

Voa pensamento voa

Voa pra longe lá longe

Onde o corpo

Não consegue mais voltar

Voa pensamento voa

Que num repente de repente

É bem possível

No passado retornar

Voa pensamento voa

Voa depressa, sem parar

Vou pedir em fortes preces

Malembe, ao Pai Oxalá

E se chegarmos lá

Que te corte rente as asas

E assim nunca mais possas

Pelo tempo voar.//

Música 8094, R.Bozza.

Faça de conta, 8100

Faça de conta

Faça de conta que entre nós

Nunca, jamais houve nada

Sonhos que a gente sonhou só

Vitórias já fracassadas

Espinhos e flores agrados e dores

Carinhos nem tapas, beijos ou farpas

Que entre nós, nada aconteceu

Que a gente ta se conhecendo agora

Não houve começo, não se disse adeus

Por isso amor, por favor não vá embora

Dê outra chance pra você e eu

Aceite, o convite atrevido

Pra passear pelo céu

Brincando de esconde esconde

andando de carrossel
com o amor refletido
por todo quarto do  hotel.//

Música 8100, R.Bozza - R.f.Bozza.

Amor e paixão, Nº 8090

Amor e paixão

Paixão é paixão, amor é amor

Amor é amor, paixão é paixão

Todos dois, são essências de uma flor

Paixão é real, amor é ilusão

Sentimental, que eu não sei se sou

Comecei um poema profundo

Falando de um bem querer

O maior amor do mundo

Mas no final, o poema ficou

Frio vazio, sem conteúdo

Porque, nunca vivi isso tudo

Mas sensual, que de fato eu sou

Criei outro poema profundo

Falando de uma paixão

A maior paixão do mundo

E no final o poema ficou

Lindo ardido, nele fui fundo

Porque, eu já vivi isso tudo

Sem amor, ainda assim a paixão floresce

Sem paixão, vai tudo ao fim o amor fenece.//

Música 8090, R.Bozza.

Eu e o amor, Nº 8085

Eu e o amor 

Certa vez em minha vida 

Aconteceu o amor 

Com a astúcia de um grileiro 

Do meu peito se apossou 

Eu que era tão menina 

Virgem até de coração 

Me entreguei de corpo e alma 

A essa primeira paixão

Aí correu tudo errado, foi um gostar de agonia

Que ele era casado, confesso eu não sabia

Novamente em minha vida

Aconteceu o amor

Já não era tão menina

Aí o caso mudou

Senhora do meu coração

Já não perdia a calma

Ao fogo de uma paixão

Aí correu tudo certo, foi um gostar depravado

Se ele era solteiro, a mim não interessava.//

Música 8085, R.Bozza.

 

Todas as chances, Nº 8084

Todas as chances 

Vou contar pra ela, que já passei dos cinqüenta

E ainda não tenho juízo

Que eu gosto dela, mas mesmo sendo princesa

Se precisar leva castigo

Dar todas as chances a ela, para me dizer que não

Ao convite descarado, pra ir dormir no meu colchão 

Denunciar, meu coração leviano

Ardiloso perigoso, sem vergonha traidor

Não vou negar, que entra ano sai ano

Como quem troca de roupa, vive trocando de amor

Dar todas as chances a ela, para me dizer que não

Ao convite descarado, pra ir dormir no meu colchão.//

Musica 8084, R.Bozza.

Milagre, Nº 8079

Milagre 

Acho que foi um milagre, depois de tanto tempo

Ela aparecer de repente

Acho que foi um milagre, acalentar o peito

Aquela ilusão novamente

Acho que foi um milagre, o mesmo sentimento

Ainda vivo dentro da gente

Vida sofrida, que leva o que traz

Mundo bandido, não roda pra trás

Tempo maldito, não volta jamais

Acho que foi um milagre, passado tanto tempo

Silenciar o coração

Acho que foi um milagre, aquietar o peito

Ouvindo a voz da razão

Acho que foi um milagre, pro mesmo sentimento

Agora a gente dizer não

Vida sofrida, que leva o que traz

Mundo bandido, não roda pra trás

Tempo maldito, não volta jamais.//

Música 8079, R.Bozza / Maurício.

Dois sentimentos, Nº 7010

Dois sentimentos

O mundo roda o tempo passa

O destino, o que um dia dá no outro toma

Ele junta e depois separa

Como se a nossa vida, fosse uma coisa à toa

Aí de repente, como se fosse um  Grapete

De maldade ou de pirraça a vida se repete 

Ela voltou, mais linda mais doce e mais sex

Não sei se acaso ou se Deus ouviu minha prece

E agora no peito, dois sentimentos

Um o desejo de reconquistar

O outro, a amargura o medo

De mais uma vez, no amor fracassar.//

Música 7010, R.Bozza.

Era uma vez, Nº 7002

Era uma vez

Era uma vez um velho poeta, sem amor abandonado

Fazendo rimas fazendo versos, pra antiga namorada

Foi de repente na mesa em frente

De cabelos cacheados

A bonita e jovem princesa

Como num conto de fadas

Recomeçou o velho poeta, de novo apaixonado

Fazendo rimas fazendo versos, para a nova namorada

Aí o destino arrasa

Um cheira e beija, o outro abraça agarra

O sonho se esfumaça

Era uma vez um velho poeta

Com o amor desencantado.//

Música 7002, R.Bozza.

Transformações, Nº 7079

Transformações

Quem me vê assim aos trapos, a esse negro fio amarrada

Pra lá e pra cá, balançando ao léu

Não pode imaginar, que vestindo branco

Verde vermelho, azul rosa amarelo

Já fui a mais bela, pipa no céu

Tudo se transforma, não há forma final

É morte e vida, riso e lágrima réquiem carnaval

Existe o fruto do bem, existe o fruto do mal

Quem me vê assim aos trapos, não pode imaginar

Que um dia com as mesmas cores, eu venha a ressuscitar.//

Música 7079, R.Bozza / R.F.Bozza.

A sereia e o pescador, Nº 7227

A sereia e o pescador

Viola na mão paz no coração, lá no alto mar

O corpo do pescador, em alma de trovador

Por falta de sorte o  cheiro do homem, um acorde mais nobre

Desperta o monstro que emerge do azul

Num abraço mais forte o leva pra morte, pros mares do sul

Que ironia, aquele dia não era do caçador

Cupido, embriagado embevecido

Com o encanto daquele canto, o peito dela transpassou

Mostrou-se como era ao poeta, que fugiu daquele horror

Desiludida, do rumo perdida

A feia sereia, encalhou na areia morrendo de amor.//

Música 7227, R.Bozza / R.F.Bozza.

Tramóia, Nº 8075

Tramóia 

Cupido, sempre armando uma tramóia 

Esse farsante, ardiloso Querubim 

Dia e noite, noite e dia de tocaia

À nossa batalha um dia pôs fim

Com uma flecha envenenada

Plantou um falso amor dentro de mim

Desarmado, envenenado

Aprisionado o coração

Eu virei gato-sapato

De uma ingrata paixão

Eros demônio maldito, covarde anjo caído

Por que só eu fui flechado

Não tive culpa menino, foi manobra do destino

ou um lance do acaso

Talvez coisa do Divino, o vôo daquela andorinha

Foi mais veloz que meu dardo.//

Música 8075, R.Bozza. / R.F.Bozza.

Perdão, Nº 7371

Perdão

Bem me lembro passarinho, da imensa agonia

Na noite daquele dia, por acaso ou por destino

Talvez praga do Diabo, ou castigo do Divino

Quando te peguei no alçapão

Ela falou em separação

Voa passarinho voa, vou abrir tua gaiola

Depois que ela foi embora, a vida perdeu a razão

Com os olhos rasos d'agua coração cheio de mágoa

Voa passarinho, voa

A ela eu perdôo, a ti eu peço perdão.//

Música 7371, R.Bozza.

Tocaia, Nº 8062

Tocaia 

Cupido há tempos meu peito mirava

Eu bom malandro do Deus esquivava

Voando aqui e ali, fugindo do amor

Sem me prender a uma só flor

Eu sabia do perigo que corria

De acabar, lacerado por espinhos

 Um belo dia, descuidado já cansado

Daquela batalha sem fim

Na boemia, atirado naufragado

Bebido sem saber de mim

Nem percebi, a cilada do destino

Tocaiado atrás de um caramanchão

Sorrateiro, ardiloso o Deus Cupido

Mira o arco no meu pobre coração

Mortalmente tive o peito atingido

Por uma flecha envenenada de paixão.//

Música 8062, R.Bozza / R.F.Bozza.

Lembranças, Nº 8054

Lembranças

Naquela rua tem um bar

Naquele bar tem uma mesa

Naquela mesa um poeta

Com lápis e papel na mão

Na loja em frente uma vitrine

Atrás da vitrine uma princesa 

Iniciando a seresta 

 No ar o mel de uma canção

 Ele de frente pra ela, ela de costas pra ele

Ele a buscar os olhos dela, ela a fugir dos olhos dele

Ela de frente pra ele, ele de costas pra ela

Ela a buscar os olhos dele, ele a fugir dos olhos dela

Naquela rua tem um bar

Sem o carisma do poeta

Na loja em frente uma vitrine

Sem a magia da  princesa

Só a lembrança dele, só a lembrança dela

Naquela rua ficou

A paixão dos olhos dele, a ilusão dos olhos dela

Tudo a mão do tempo levou.//

Música 8054, R.Bozza.

Dois meninos, Nº 7377

Dois meninos

Lá foi rodando o mundo

Passando os anos, andando depressa os dias

Foram correndo os minutos

Voando os segundos, nós dois ainda tão meninos

Somente duas crianças

A viver sonhos, sem fazer planos

Dançando conforme a dança

Aí um dia a vida, na ciranda do destino

Feito uma fera faminta, acabou com esse carinho

E foram passando os anos

Rodando o mundo, andando depressa os dias

Foram correndo os minutos

Voando os segundos, com eles levando os meninos

Deixamos de ser, duas crianças

Com novos sonhos, fazendo planos

Dançando conforme a dança.//

Música 7377, R.Bozza.

Insosso, Nº 8071

Insosso

Nosso amor começou tão insosso

Destemperado, sem alho sem sal

Sem atrativo, sem cheiro sem gosto

Sem encantamento num lance casual

Sem as tristezas de um réquiem

Sem as alegrias de um carnaval

Nosso amor, foi apenas um jogo

Que a gente jogou de um jeito qualquer

Faltou a paixão que incendeia o homem

Faltou a ilusão que enfeitiça a mulher

Nosso amor terminou de um modo

Pobre coitado, que fim tão banal

Com um gesto frio tão desastroso

Não houve o pranto de bem ou de mal

Sem as tristezas de um réquiem

Sem as alegrias de um carnaval.//

Música 8071, R.Bozza.

Daqui pra frente, Nº 8068

Daqui pra frente

Daqui pra frente, entre a gente

Todas as coisas, tudo vai mudar

Literalmente, completamente

Pode até o mundo desabar

Vai ser assim ou nada feito

Se quiser continuar

Primeiro eu, segundo eu

O resto em terceiro lugar

Daqui pra frente

Mudança de jogo mudança de regras

Eu dou as cartas

Sou eu quem põe, sou eu quem tira a mesa

Preciso de alguém, para enfrentar o Destino

Alguém que eu possa, ter crença ter fé

Quando eu for menina, que seja menino

Que saiba ser homem, quando eu for mulher.//

Música 8068, R.Bozza.

Volta amor, Nº 8066

Volta amor

Eu não sei por quem, você me deixou

Volta meu amor, porque

Sem você não sei se venho ou vou

Estou mais perdida, que agulha num palheiro

Que cego num tiroteio

Estou mais vazia, que bolso de seresteiro

Que praga de mandingueiro

Estou chorando mais, que cuíca no terreiro

Que bebê

sem mamadeira

Eu não sei por que, você me trocou

Volta meu amor, venha ver pra crer

Que sem você, ta difícil de viver.//

Música 8066, R.Bozza / Claudia Regina.

Incorrigível, Nº 7384

Incorrigível

Tanto o mundo rodou, feliz ou infelizmente

Quase nada mudou, tudo que houve entre a gente

O fogo dessa paixão, ainda não apagou

Dentro do meu coração, desilusão e dor

Já levei tanta porrada

Fui pra lá de atraiçoado

Romântico carinhoso

Incorrigível sonhador

De tolo de louco que sou

Ainda acredito no amor.//

Música 7384, R.Bozza

Remorso, Nº 8049

Remorso

Cupido há tempos seu peito espreitava

Esperto o poeta, fugia do amor

A todo instante Eros atacava

Não se importava, se ia causar dor

Porém o malandro sempre se esquivava

Feito um colibri, a beijar toda flor

Descuidado, no rastro de um rabo-de-saia

Já cansado, dessa batalha sem fim

Nem percebeu, Eros no céu de tocaia

No arco uma seta de puro marfim

Cupido enfim, acertou a flechada

O pobre poeta acabou assim

No calor, de um conjugado em Madureira

Sem o encanto, de um raio de luar

Sem viola, madrugada ou saideira

Sem princesas, pros poemas ofertar

Dez por cento, pro pastor lá da igreja

Que Tereza, o obrigava a frequentar 

De remorso, por causar tanta tristeza

O cupido, lá no céu pôs-se a chorar.//

Música 8049, R.Bozza / R.F.Bozza

Não tem jeito, Nº 8040

Não tem jeito

 Deixei meus olhos  perdidos nos seus

No céu da boca, nos seios nas curvas

Completamente esquecido de Deus

No vão das coxas, no empino da bunda

Totalmente o juízo se perdeu

Sonhei que era a minha puta

Quando do sonho acordei, doeu

Não me acovardei, não fiquei mudo

Para ter o amor dessa mulher

Amordacei, no peito o orgulho

Coisas que eu deveria esconder

Disse pra ela, mil absurdos
Que um apaixonado tem pra dizer 

Sou réu confesso, já fiz de tudo

E não tem jeito, ela não me quer.//

Música 8040, R.Bozza.

A praga, Nº 7311

A praga

Meu sabiá laranjeira, vai de carreira avisar

A todo povo da mata, o homem que mata

Está pra chegar

Ouve do vento o assobio, vem lá das bandas do rio

Sinistro é seu gargalhar

Sem piedade o maldito, destrói a tudo sorrindo

Mata, só por prazer de matar

Vai sabiá laranjeira, cuida pra ele não ver

Por esse lindo gorjeio, vai te matar ou prender

Foge mesmo que ele seja, velho criança mulher

Diz ser o filho de Deus, mas saiu

Das entranhas de um demo qualquer

Aos outros bichos te junta

Solta bem alto um berro

Quem sabe até o Pai escuta

E manda essa praga, de volta pro inferno.//

Música 7311, R.Bozza / R.F.Bozza.