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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O menino e o poeta, Nº 273

O menino e o poeta

Conta a lenda que em terras distantes
Depois de onde o Sol toca o mar
Um jovem poeta com o peito em trevas
Se ajoelhou
Na beira da praia na areia molhada
E desabafou
Queixando-se a Lua má sorte era a sua
Quanto desamor

Maria se fora levando a criança
Quebrando a viola matando a esperança
Trocou seu amor de sonho e poesia
A ingrata mulher
Fugiu com o vizinho que nem conhecia
Um verso sequer

Saindo do nada na praia deserta
Surgiu um menino que disse ao poeta
A vida é madrasta ensina a chorar
Aceite o destino deixe em paz a lua
A minha desdita é maior do que a tua
Eu vivo na rua sem teto sem lar

A mãe fez a mala com outro foi embora
E não me levou
No meio da praça num mar de cachaça
O pai se afogou
Também minha mãe chamava Maria
E ironizou
Um jovem poeta assim como tu
De mim a roubou

Segue a lenda apiedou-se o Divino
Levando o poeta e o menino
Libertando suas almas do amargo fel
Que em noite clarinha igualzinha a essa
Os dois nas estrelas escrevem com elas
Os mais lindos poemas no alto do céu.//

Música 273, R.Bozza.




quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Pagode e poesiaNº 280

Pagode e poesia

Eu falei pra todo mundo escutar
Eu falei pra todo mundo escutar

Na nossa roda de samba é bem-vindo quem vier
Mas que chegue de mansinho para ver como é que é
Na nossa roda de samba quem quiser pagodear
Palavrão e baixaria que procure outro lugar

Eu falei pra todo mundo escutar
Eu falei pra todo mundo escutar

A nossa vida é uma roda que corre ligeira demais
Pra viver tenha cuidado pois ela não volta jamais
A vida é mesmo uma roda que não para de rodar
Tolo é quem diz que sabe quando e onde vai parar

Eu falei pra todo mundo escutar
Eu falei pra todo mundo escutar

A nossa vida é um barco por um traiçoeiro mar
Se o barco tem farol alto pra nas pedras não quebrar
Eu também tenho uma santa lá do céu a me olhar
Se escurece em meu caminho ela vem alumiar

Eu falei pra todo mundo escutar
Eu falei pra todo mundo escutar

A nossa vida e o Destino é como a folha seca e o vento
Tudo em paz por um momento de repente o turbilhão
De um ciclone no caminho muda nossos sentimentos
Vira tudo pelo avesso sem nos dar explicação

Eu falei, pra todo mundo escutar
Eu falei, pra todo mundo escutar.//

Música 280, R.Bozza.






terça-feira, 28 de setembro de 2010

Manoel e Maria, Nº 281

Manoel e Maria

Manoel e Maria morreram
Empreenderam a viagem pro céu
Viram reviram a bagagem
De nada esqueceram se foram ao léu
Maria vestida de baile Manoel de traje de gala
Levando presentes mil
Bateram sorrindo no paraíso
Mas o portal não se abriu

Eis que vem vindo de longe um pobre homem
A veste em farrapo sem nada na mão
Zombaram dele sem pena depois a surpresa
Pra ele abriu-se em par o portão

Manoel e Maria se entreolharam
Maravilhados com tanta luz
Viram admirados o homem em andrajos
Entrar abraçado ao menino Jesus

Maneis e Marias da vida o ouro a prata não tem valor
Eles Deus nunca exaltou
Entendam Marias Maneis para entrar lá no céu
Só é preciso amor.//

Música 281, R.Bozza.





segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O coelhinho, Nº 286

O coelhinho

Quem quiser brincar comigo
Pra sempre ser meu fiel companheiro
Tem que dar pulos bem altos
Mil cambalhotas correr bem ligeiro
E nunca esqueça por mais que amanheça
De todos amigos sempre serei o primeiro

Não pode morder meu rabinho
Nem puxar minhas orelhas
Tratar-me com muito carinho
Pois sou um frágil coelho

Tem que gostar da escola
Tem que aprender a lição
Dentro da sala de aula
Quietinho prestar atenção

Comer verduras legumes pra crescer forte valente
Nunca ter medo de nada
Ou quase nada
Da brava onça pintada até gente grande tem medo
E nunca esqueça por mais que amanheça
De todos amigos sempre serei o primeiro.//

Música 286, R.Bozza.





domingo, 26 de setembro de 2010

Insônia, Nº 289

Insônia

Quantas vezes chorou quantas disse adeus
Nas vezes que partiu antes me advertiu
Que não ia voltar e voltou
Dessa vez não chorou não me disse adeus
Simplesmente partiu nem me advertiu
Ta difícil aguentar tanta dor

Dessa vez ela foi de verdade
Dessa vez meu amor eu perdi
No meu peito remorso e saudade
A moer não me deixam dormir
Ah que noite medonha de insônia
Uma angústia que nunca senti

Pelo céu a manhã clareando
Na vidraça a quebrar
Os pardais cantam anunciando
Que o Sol vai raiar

Amanhã se a insônia insistir
Em ficar ao meu lado
Pro meu sono de novo impedir
Eu já sei o que vou fazer
Deitar abraçado àquele retrato
Que ela fingiu esquecer.//

Música 289, R.Bozza.







sábado, 25 de setembro de 2010

Desilusão, Nº 292

Desilusão

O baile sem graça a hora não passava
Que tédio que amargura que aflição
De repente os olhos dele dois lindos mares com ele
Lá fui eu a deslizar pelo salão

Sem relutar feliz aceitei o convite
Falsa promessa de ir ao céu
E fui parar no aconchego da suíte
De um luxuoso hotel

Àqueles olhos verdes cruéis em desencanto
Foram me profanando sem nem sequer um beijo
Qual animal no cio lambuzou-me toda
Dentro da minha boca saciou seu desejo
Quase morri de nojo
Dele e de mim mesmo.//

Música 292, R.Bozza.
                                                          







sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A boca da minha amada, Nº 296

A boca da minha amada

A minha boca vadia
Muitas bocas já beijou
A minha língua ferina
Dúzias de juras quebrou
Este meu corpo devasso
Em tantos corpos entrou
Meu coração vagabundo
Quantas moças namorou

Mas o amor de verdade
Só essa doce menina
A minha felicidade
Se chama Claudia Regina

A sua boca rosada
Só minha boca beijou
Juras por ela jurada
Só meu ouvido escutou
No seu corpo indecente
Somente meu corpo roçou
No peito da minha amada
Só esse poeta entrou

O meu amor de verdade
É essa doce menina
A minha felicidade
Se chama Claudia Regina.//

Música 296, R.Bozza.




quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Ironia, Nº 306

Ironia

Doeu quando ela falou
Que com outro estava indo embora
Que ironia eu fazia naquela hora
Pra nós outra canção de amor
Lembrando a nossa ardida paixão
Falando de outra chance pro coração

Mudei o curso das cordas
Troquei os versos das trovas
Num sorriso mascarei a minha dor
Pus aço nos olhos meus
Fingi nem ligar pro adeus
E assim tudo em fel se acabou

Só quando
Lá na entrada ela bateu o portão
O pranto
Não pude conter inundou meu violão.//

Música 306, R.Bozza.







quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Maria Alaô, Nº 314

Maria Alao

Maria Alao
Morava lá na mangueira
Onde o morro faz fronteira
Com as nuvens no céu a vagar
A moça herdou
Da mãe a pele tão branca
Do pai o gosto pro samba
Dos dois o suave cantar

Com sol ou chuva Maria
Cantava de manhãzinha
Ao despertar dos pardais
Até que a tarde caía
Quando à Santa pedia
Pro morro dormir em paz

Quem morava perto dela
Se encantava com ela
Um dia tudo mudou
Foi num começo de tarde
Vindo talvez da cidade
Por lá um jovem passou

Pra ele ela sorriu pra ele ela cantou
De nada adiantou
Lá foi embora o rapaz
A moça entristeceu o morro silenciou
Doente de mal de amor
Maria não cantou mais.//

Música 314, R.Bozza.


terça-feira, 21 de setembro de 2010

Lição de fé, Nº 320

Lição de fé

Lá ia eu envaidecido com a riqueza
A soberba me rondava
Eu tinha ouro tinha prata
Tudo tinha mais queria mais pedia e Ele me dava
Ia levar minha palavra
A um coitado que atendia por José
Ouviu rezou e o que falou
Tocou minha alma nunca vi tamanha fé

Disse-me assim o mundo é um palco menino
Quem escreveu meu destino
Que a ti parece cruel
Foi nosso Pai teu grande Deus meu amigo
Se reservou de mendigo
Pra mim na vida o papel
Que seja assim é graça não é castigo
É a lição que eu preciso pra poder entrar no céu

Mal comparado aquele homem
Maltrapilho ali rezando na calçada
Eu tinha ouro tinha prata
Tinha tudo mas no fundo eu não tinha nada
Mal comparado aquele homem
Tão altivo aos meus pés ajoelhado
Eu tinha ouro tinha prata
Tinha tudo mas no fundo eu não tinha nada.//
Música 320, R.Bozza.








segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Amigos, Nº 336

Amigos

Alguns de nós estão faltando
Nesta comemoração
Moram longe ou trabalhando
Outros o bom Deus levou
Aos presentes aos ausentes
Seja forte nossa reza
Por saúde amor dinheiro
E felicidade à beça

Para aqueles que se foram
Muita luz em seus caminhos
Muita paz muito carinho
Não deve ser tão longe o Além
Que esperem só um pouquinho
Logo iremos nós também

Quem sabe um dia talvez
Por compaixão o Divino
Junte essa turma de amigos
Como crianças outra vez.//


Música 336, R.Bozza.

domingo, 19 de setembro de 2010

Bala e chiclete, Nº 339

Bala e chiclete

Num trem da Central ele vem
Vendendo chiclete e bala
Trazendo no peito a mala
Repleta de dor e mágoa
Bagagem que ninguém quer
Nem saber nem saber

Mas quando Deus se importar
Do céu as trombetas soar
Aos pés desse João Ninguém
Até reis vão se ajoelhar
Clamar clemência
Clamar clemência

Mas quem é ele afinal
Triste esquecido num trem
Ele é o Bem é o Mal o Juízo final
Que já vem que já vem que já vem

Por isso cuidado amigo a hora é de pensar bem
De graça e de castigo te cuida que ele já vem
Te guarda que ele já vem
Te benze que ele já vem.//

Música 339, R.Bozza.





sábado, 18 de setembro de 2010

Amor a primeira voz, Nº 410

Amor à primeira voz

Alô quem fala mil perdões foi engano
Só um momento não desligue por favor
Quero saber quem é e lhe dizer quem sou

Eu sou quase um conto de areia
Como a sereia que se esconde no além-mar
Tem encanto tem magia
De um raro esplendor
E no entanto um vazio
No seu peito sem amor

Deve ser
Um pedacinho do céu a sua boca
Deve ser
Que coisa louca se pudesse lhe beijar
Porém eu sou só um coração desiludido
Ferido com medo de outra vez amar

Não importa pode vir ficar comigo
Venha ser o meu amante meu amigo
Essa atração que nasceu entre nós
Foi amor foi paixão à primeira voz.//

Música 410, R.Bozza.






sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Do outro lado da rua, Nº 345

Do outro lado da rua

Parece até que foi ontem
Vindo do céu lá de longe
Caiu o mais lindo balão
Do outro lado da rua

Lembrei mamãe me dizia
Atravessar não podia
Fiz prece ao meu São João
Que um vento forte soprasse
Em minhas mãos o jogasse
Infelizmente não soprou

Parece até que foi ontem
Pra esse meu bairro distante
Veio morar o meu amor
Do outro lado da rua

Lembrei mamãe me dizia
Atravessar não podia
Fiz prece ao meu São João
Que um vento forte soprasse
Em minhas mãos a jogasse
Infelizmente não soprou

Será que o céu é tão longe
Aquele vento só hoje
Corre em meus cabelos brancos
Tão cor da prata da Lua
Meu São João já é tarde
Não há mais felicidade
Só resta dor e saudade
Do outro lado da rua.//
Música 345, R.Bozza.






quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Morena, Nº 350

Morena

Teu cacique está de volta morena
Hoje tem festa na aldeia
Dá um abraçado enroscado
Dá um beijo bem molhado
Pra atiçar minha fogueira
Vai, prepara uma buchada de bode
Com pimenta malagueta
Uma forte garrafada
Pra eu ficar bem arretado
E vadiar a noite inteira

Ai ai ai ai morena
Que bom que vai ser
Essa noite nos teus braços
De amor quero morrer

Manda o guri pra zefa morena
Ta com um documento enorme
Com as orelhas escutando
Com os olhos espiando
Essa noite ele não dorme
To com fome de carinho, morena
Pra matar tanta saudade
Vou fazer muita lambança
Não é coisa de criança
Manda o peste pra comadre

Ai ai ai ai, morena
Que bom que vai ser
Essa noite nos teus braços
De amor quero morrer.//
Música 350, R.Bozza.




quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Dilema, Nº 9812



Dilema



O negro dos olhos dela

Vive me perseguindo

Onde quer que eu ande

Aonde quer que eu vá

Preciso acabar com isso

Eu tenho que me controlar



E a prata do sorriso

Está sempre me aturdindo

Aonde quer que eu vá

Onde quer que eu ande

Preciso acabar com isso

Dar um basta nesse lance



Ouvir a voz da razão

Que berra

Esquece dela

Com ela

É sempre esse desamor



Calar o meu coração

Que pede

Volta pra ela

Sem ela

A gente morre de dor.//

Música 9812, R.Bozza.