Devaneios
Num sopro
de poesia
Levito vôo
Faço do
verso canção
Nos braços
da fantasia
Eu durmo e
sonho
A mais
linda ilusão
Nas asas
da nostalgia
Pra trás ligeiro
eu volto
De novo ao
tempo bom
No peito
Rosa Maria
Viro
menino de novo
No céu a
pipa o balão
De tanta
felicidade
Nas cordas
do violão
Eu dou um
nó na saudade
Usando a
imaginação.//
Música 12.127, R.Bozza.
Estrago
Quando
seus olhos me olham
É a maior
aflição
Faz um
estrago danado
Dentro do
meu coração
Doce olhar
verde esmeralda
Me deixa
de amor perdido
Será praga
do Diabo
Ou
presente do Divino
Se nos
meus olhos demoram
É outra
situação
Os meus
sentidos escapam
Falta o ar
falta o chão
Nesse
olhar verde esmeralda
Mergulho
não fujo
Nele me
deixo afogar
Mesmo
sabendo nadar
Se for
praga do Diabo
Paciência
deve ser a minha cruz
Se
presente do Divino
Faço prece
agradeço a Jesus.//
Música 12.107, R.Bozza.
Santa e flor
Quando
seus olhos me olham
Bate a
maior aflição
O corpo a
alma se enchem
De uma
sublime ilusão
Então com
o dom de poeta
Faço pra
ela canção
O nome
dela é Rosa
Maria dos
meus Amores
O nome
dela é Maria
Rosinha
das minhas dores
Nome de flor
e de santa
Jeito de
santa e flor
Se nos
meus olhos demoram
Falta o ar
falta o chão
Um
reboliço danado
Dentro do
meu coração
A alma
aquece de amor
Ferve o
corpo de paixão
O nome
dela é Maria
Rosinha
dos meus pecados
O nome
dela é Rosa
Maria dos meus
fracassos
Dia e
noite eu sonho
Em ser o
seu namorado.//
Música 12.108, R.Bozza.
Praga ou castigo
Já amei e
fui amado
Na pureza
no pecado
A vida o
mais doce mel
De repente
o fracasso
Cada um foi
pro seu lado
Caí ao
inferno do céu
Não sei se
praga do Diabo
Não sei castigo
do Divino
Eu briguei
com ela
Ela brigou
comigo
E agora o que
faço
Por ela
ainda
Completamente
De amor
perdido
E agora o
que faço
Com essa
ferida
Que o
tempo passa
E não
cicatriza.//
Música 12.110, R.Bozza.
Malandro otário
Telefonei
pra ela
Ela não
atendeu
Mandei um
zap pra ela
Ela não
respondeu
Deixei
bilhete
Deixei
recado
Na porta
dela
Fiquei
plantado
Pra ver se
havia
Outro
namorado
Será que
bateram
Uma das
minhas jogadas
Será
deduraram
Na sexta
de madrugada
Andei
dando uns pegas
Na melhor
amiga dela
Rosa nunca
foi assim
Alguma
coisa ruim
Parece que
aconteceu
Se não
voltar para mim
Se o amor
de Ana perdi
Que
malandro otário sou eu.//
Música 12126, R.Bozza.
Pleonasmo
Quase
sempre ela passa
Bem
distante não me nota
Nem sequer
de viés
Por acaso
ela olha
No meu
peito o coração
Sem alento
entristece
Presa da
desilusão
Não bate
não sobe não desce
Mas tem
vezes que ela passa
Ao meu
lado bem rentinho
Tão de perto
quase roça
No meu
braço o peitinho
Deita em
mim um olhar repleto
De desejo
de carinho
Aí no
peito o coração
É um
reboliço dá pinote
Cambalhota
piripaque
Batendo
descompassado
Me perdoem
o pleonasmo
Sobe pra
cima desce pra baixo.//
Música 12.124, R.Bozza.
Cacófato
Qualquer
dia desses
Eu que não
bebo
Misturo
vinho com cerveja
De tontear
a cuca
Dou uma de
maluco
Sem
importar as conseqüências
Bato de
frente
Com o
namorado dela
Terá que
ser eu ou ele
Quem
decide é ela
Se for ele
Baixo a
crista vou embora
Se acaso
eu
Ele que
vai dar o fora
E aí
Tolamente
enamorado
Podem crer
Loucamente
apaixonado
Eu vou dar
Perdoem o
cacófato
Um beijo
de língua
Molhado
melado
Eterno
ardente
Promíscuo
singelo
De sufocar
A boca
dela.//
Música 12.123, R.Bozza.
Alma penada
Claudia
Claudia Claudia
Do lado de
fora da casa
Meu nome
angustiada
Alguém
chamava baixinho
Ao longe
doze badaladas
Sonoras
sincronizadas
O sino da
igreja batia
Não sei se
acordada sonhando
A voz se
aproximando
Dentro da
casa ouvia
Claudia Claudia
Claudia
Ao meu
ouvido rosnava
Tão perto
que me roçava
Causando
um calafrio
Saltei da
cama assustada
Como por
cobra picada
Fazendo um
credo em cruz
Brilhou no
quarto uma luz
Ganindo a
alma penada
Por tal
fulgor ofuscada
Com um
gemido calou
Eu que não
cria em nada
Chorando
ajoelhada
Agradeci
ao Senhor.//
Música 12.122, R.Bozza.
Inesquecível
Naquela
tarde
Daquele
dia
Do mais
escaldante verão
Os nossos
olhos
Se
encontraram
Sonhando a
mesma ilusão
Foi amor primeiro
Faltou o
ar faltou o chão
Um tiro
certeiro
Nas vinhas
do meu coração
Naquela
noite
Do mesmo
dia
Desse
flamejante verão
Luar
estrelas
Qual seresteiro
O mar com
a mais doce canção
Os nossos
corpos
Se
enroscaram
Se
adentraram
Na mais
poderosa paixão.//
Música 12.109, R.Bozza
A quatro
Terezinha
do Borel
Preparou
um plano ousado
Caprichado
arriscado
Com a
princesa Rapunzel
No dia dos
namorados
Entregar
aos seus amados
Em viagens
para o céu
O pudor a
virgindade
Numa louca
transa a quatro
Mais doce
que o doce mel
Nesse dia tão
feliz
Dando tudo
o que era seu
Cada qual
fez o que quis
Com a
cabeça em carrossel
Corpo e
alma sem barreira
Na suíte
de um hotel.//
Música 12.120, R.Bozza.
Venturas
Que é do
mormaço
Aos claros
da praia
Com a
garotada
Fazendo
algazarra
Felizes brincando
Dentro e
fora do mar
Que é da
madrugada
No escuro
da praia
Na areia
molhada
Minha
namorada
Sem roupa deitando
No céu
estrelas luar
Que é da
pelada
Veloz
animada
Duelo de
pipas no ar
Pião na
calçada
Balão
rodeado
De
lanterninha a girar
Meigas lembranças
antigas
Do tempo
bom que passou
Doces lembranças
amigas
Que a mão
do tempo levou.//
Música 12.119, R.Bozza.
Esperança
Foi numa
noite
De forte
insônia
Que essa
história
Aconteceu
Por um
momento
Voltei no
tempo
À
doce infância
Os bons
amigos
Pra mim
sorrindo
Doce
lembrança
Largada ao
peito
De Mariana
Bem ao seu
jeito
A negra
trança
No
pensamento
A
esperança
De um
recomeço
Como
criança.//
Música 12.118, R.Bozza.
Desalento
Já não
cobiço
O
calendário
Seja
domingo
Ou feriado
É sempre o
mesmo
Noite ou
dia
Com essa
vida
Sem me
importar
Se está
chovendo
Se está brilhando
o Sol
Sequer me
lembro
O gosto do
Carnaval
Resta o
consolo
De um céu
de estrelas
Azul e
prata a cintilar
E aqui no
peito
Desse
poeta
A santa
amiga a me guiar.//
Música 12.117, R.Bozza.
Conto de areia
Areia da
grossa
Areia da
fina
Me faça
rameira
Me faça
divina
Pra
conquistar meu amor
Areia da
grossa
Areia da
fina
De noite
mulher
De dia
menina
Pra
agradar meu amor
Areia da
fina areia da grossa
Fora da
cama inocente
Coração e
alma pura
Areia da
grossa areia da fina
Lá dentro
dela indecente
Corpo
fogoso de puta
Pra
aprisionar meu amor.//
Música 12.113, R.Bozza.
Pobre Lobo
Da
Carochinha esse conto
Eu ouvi
outro final
O tal
afamado lobo
Mais pra
bobo que pra mau
De barriga
vazia
Lava passa
cozinha
Toma conta
da vovó
Da casa
faz a faxina
E ainda
mais quem diria
Paga
dízimo ao pastor
Enquanto
isso a Chapeuzinho
Aquela sim
aquela
Que a fera
não devorou
Pelo
contrário o otário
De papel
passado
Com a
mocinha casou
Nos três
dias de folia
Numa curta
fantasia
Num fino
fio dental
Sem
remorso sem pudor
Com o
filho do caçador
Vai curtir
o Carnaval.//
Música 12.115, R.Bozza.
Bom de tudo
Lá vou eu
de novo
Com o nome
na boca
Maldosa do
povo
Lá vou eu
de novo
Com o nome
na boca
Invejosa
do povo
Tudo por
que
Sou do
morro
E as
morenas da cidade
Tudo por
que
Elas só
tem
Um terço
da minha idade
Dinheiro
no bolso
Algum
Dinheiro
no banco
Nenhum
Por que então
Vivem
correndo atrás de mim
Qual a
razão
Deve ser
por que sou assim
Um coroa que a vida
Deu diploma de sacana
Bom de
papo bom de língua
Bom de
dedo bom de cama.//
Música 12116, R.Bozza.
