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terça-feira, 30 de abril de 2013

O menino, Nº 6005



O menino

Na escura viela, na suja lixeira
A Lua tão bela, quase por inteira
Vinte e cinco de Dezembro, a hora não lembro
Pra uns chegava o natal, pra outros data fatal
Meio branco meio negro
Embrulhado em jornal

Entregue à própria sorte, já a caminho da morte
Cedo ou tarde ela vem
Por ordem ou não do Divino, o caprichoso Destino
Chegou com as mãos de alguém

Cresceu sozinho, a viver pelas ruas
Comeu do lixo, culpa minha e sua
Criança-bicho, por testemunha a Lua

Vinte e cinco de Dezembro, a hora não lembro
Na noite da Lapa, na ponta da faca
Fundiu a cachola, no cheiro da cola
Faltou a esmola, por uma carteira
Cumpriu o seu fado, morreu sufocado
Na mesma lixeira.//

Música 6005, R.Bozza / R.F.Bozza.






segunda-feira, 29 de abril de 2013

Vacinado, Nº 6016



Vacinado

De tanto viver desamor
De tanto chorar e sofrer
Por ela esperando em vão
Troquei de mal com o amor
Troquei de mal com o prazer
Troquei de mal com a paixão

Hoje, sem motivo,
Lá vem o Cupido, cruelmente
Desprovido de razão
Louco, sem sentido
Quem sabe bebido, novamente
Flechar o meu coração

Cupido, tuas marombadas
Teu jogo de cartas marcadas
No peito não causam mais dor
Cupido, estou preparado
Escolado e diplomado
Contra as armadilhas do amor.//

Música 6016, R.Bozza.





domingo, 28 de abril de 2013

Saudade amargura e dor, Nº 9007



Saudade, amargura e dor



Eu olhava

Através da vitrine

De artigos de beleza

E notava

Tão bonita, tão triste

Aquela jovem princesa



Às vezes

Em que olhava pra mim

Iluminava a seresta

E meu peito de poeta

Deixava

Numa alegria sem fim



O tempo correu, a vida bateu

Ligeiro o mundo girou

E aconteceu, tudo se perdeu

O magazine fechou

Pobre poeta, tudo que resta

Daquelas noites de amor

Saudade, amargura e dor.//



Música 9007, R.Bozza / Maurício.










sábado, 27 de abril de 2013

Cega surda muda, Nº 8749



Cega surda e muda

Às vezes eu penso que ela não ouve
Às vezes eu penso que nem mesmo me vê
As coisa que grito, que digo que falo
O tudo que faço para me perceber

Que pena
Ela se faz de cega
Uma cegueira sem fim
Que pena
Ela se faz de surda
Em um silêncio ruim

Que pena
Ela se faz de muda
Tudo é tão triste assim
Que pena
Não fala não ouve
Nem olha pra mim.//

Música 8749, R.Bozza.





sexta-feira, 26 de abril de 2013

Fuga, Nº 8746



Fuga

Ela tem, de uma rosa a mocidade
Abrindo em flor, a desabrochar
A idade da ilusão
Eu tenho, o peso da terceira idade
Um velho cravo, a definhar
Sobre as cinzas da paixão

Por isso
Praticando o bom senso
Deixando os dois pés, presos ao chão
Ouvindo
O aviso o conselho
O que diz o juízo a razão

Que ela é, causa perdida
Um tolo sonho, louca ilusão
Eu vou fugir dessa menina
Que enfeitiçou, o meu coração.//

Música 8746, R.Bozza.