Por um triz, Nº 1493

Por um triz

Ela com o rosto criança

E corpo virgem de mulher

No olhar brilhando a esperança

Pronta pro que der e vier

Eu cabelos brancos

As marcas no rosto

Indecisão no olhar

Não fazendo planos

Mais de trinta anos

Cruéis a nos separar

Foi bom quis bis

Foi por um triz

Usei ardis

Que a vida me ensinou

Foi por um triz

Quase perdi

Quanto o tempo me arruinou

Tá cada vez mais difícil

Eu me sair vencedor

Quase chegando ao impossível

Ganhar no jogo do amor.//

Música 1493, R.Bozza.

Lições, Nº 1494

Lições

No seu rosto de criança

Naquele corpo de mulher

Eu me achei eu me perdi

Eu ensinei eu aprendi

Eu dei lições

Loucuras de amor

Em posições

Que nunca imaginou

Mas também descobri

Dentro e fora de mim

Quanto o tempo passou

Ela sorria vitoriosa

Pois se sentia a poderosa

Os olhos cheios de quero mais

Sob os lençóis refugiado

Literalmente já derrotado

No corpo uma impotência atroz.//

Música 1494, R.Bozza.

Já estava escrito, Nº 1496

Já estava escrito

Ela era minha amiga

A namorada

Do melhor amigo meu

Foi num dia de domingo

Com uma flechada

O Cupido nos prendeu

Era um fruto proibido

Uma desgraça

O pecado ela e eu

Lutei tanto

Contra esse amor bandido

Sufocando o coração

No entanto

Acho que já estava escrito

Esse crime sem perdão

Sem piedade

Como Judas traiu Cristo

Eu traí o meu irmão.//

Música 1496, R.Bozza.

Nossa história, Nº 1499

Nossa história

A nossa história de amor foi tão bonita

Mais bem me quer que malmequer

Na sua casa entrei menina

Da sua cama saí mulher

Foi bom enquanto a paixão durou

Depois o que era doce acabou

Muita briga

Desencontros desenganos

Quanta intriga

Lá se foram nossos planos

Água abaixo de roldão

Dissabores desencantos

Na mais negra solidão

Hoje choro pelos cantos

A dor da separação.//

Música 1499, R.Bozza.

Meu barraco no salgueiro, Nº 1500

Meu barraco no Salgueiro

Às vezes bate uma saudade

De um doce amor, louca paixão

Meu xodó minha felicidade

O único jeito então

É correr pro morro buscar consolo

Nas cordas do meu violão

Por ela

Desci do morro busquei trabalho

Fiz fiel meu coração

Por ela

Virei bom moço com a navalha

Ensaquei meu violão

Por ela só por ela

Parei com as noites de lua

Até juntei um bom dinheiro

Por ela só por ela

Fiz todas essas loucuras

Mas o barraco no Salgueiro

Dele não desfiz

Depois dela o meu único amor

Nele sou feliz

É lá que alivio a minha dor.//

Música 1500, R.Bozza.

Não fale de carnaval, N.º 1501

Não fale de Carnaval

Se quiser ser meu amigo

Por favor não me leve a mal

Não venha falar comigo

Se o assunto for Carnaval

Todo ano ela jurava

E sempre jurava em vão

Que um dia ia embora

Sem ter volta sem dar perdão

Eu saí na sexta

Com muita reclamação

Só voltei na quarta

Depois da apuração

Mangueira perdeu por pouco desceu

Saiu porrada

Lá dentro do trem fiquem sem vintém

Fui assaltado

No barraco vazio piorou a agonia

Ela carregou até o colchão

Levou tudo embora quebrou minha viola

E assim lá se foi toda ilusão

Num bilhete malcriado pra esse malandro otário

Que embriagado foi dormir no chão.//

Música 1501, R.Bozza.

Meia-noite e meia, Nº 1510

Meia-noite e meia

Quase meia-noite e meia

Isso lá é hora de chegar

Em uma segunda-feira

Que ele nem sequer foi trabalhar

Quase meia-noite e meia

Um perfume diferente

Nos próprios pés a tropeçar

Na hora mandei que fosse embora

Nada de seu deixei levar

Amanhã de manhã

Se ele não vier

Sei que vai chorar sei que vai sofrer

Minha alma de menina

O meu corpo de mulher

Mas seja tudo como Deus quiser.//

Música 1510, R.Bozza.

A carta, Nº 1515

A carta

Em uma carta nervosa maldosa

Friamente confessei

Que estava indo embora sem volta

Com um outro que encontrei

Acontece o outro não me quis

E como soberba mulher

Por descuido o mal feito esqueci

Dentro de um livro qualquer

O tempo passou ele se tornou

O maior bem da minha vida

A nova ilusão a forte paixão

Mas aquela carta maldita

Por acaso ou por destino

Foi parar na sua mão

Veio à tona meu delito

Todo fel da traição

Aqui se faz aqui se paga

É assim o mundo cão

A chorar eu fiz a mala

Por meu crime sem perdão

Hoje estou pagando caro

Com saudade e solidão.//

Música 1515, R.Bozza.

Volte amor, Nº 1524

Volte amor

Ela foi embora o que vai ser de mim

Por ela nasceu essa canção

Tão bela onde a desilusão

Faz dessa história um desencanto sem fim

Volte amor de outra chance pra gente

Prometo se você voltar

Dessa vez será tudo diferente

Eu juro se me perdoar

Nunca mais troco a noite pelo dia

Minha flor do bem-me-quer

Dou adeus às farras à boemia

Farei tudo o que quiser

Cumprirei seus caprichos de menina

Seus desejos de mulher.//

Música 1524, R.Bozza.

E se ela nos trai, Nº 1530

E se ela nos trai

Toma jeito coração

Leviano vadio

Que não se contenta

Com um único amor amor

Toma jeito coração

Vai acabar sozinho

Caso não se emende

Semeando o desamor

Ah meu coração toma juízo

Você sabe muito bem

Da voz da razão ouve o aviso

Será ela ou mais ninguém

O quanto a gente apronta

É o tanto que perdoa

Mas um dia a casa cai

Que agonia e se ela nos trai

Por isso

Vê se aquieta coração

Medita

Cuidado com o mundo cão

Por paga

Pode acabar na solidão.//

Música 1530, R.Bozza.

Briga de morte, Nº 1536

Briga de morte

Eu briguei com ela ela brigou comigo

Quanta pedra quanta farpa dolorosos espinhos

Como duas feras a gente se agredindo

Muitos berros quase aos tapas como dois inimigos

Sem regras sem medidas sem trégua

Aquilo não foi briga foi guerra

Palavras feitas de aço

Verdades mentiras

Sem limites sem perdão

Cortando o peito em pedaços

Deixando em tiras

O pobre do coração

Briga tola que briga feia

No estertor da última batalha

De todo lado a gente sangrava

Ninguém saiu vencedor

Briga suja briga sem brio

Sobrando azar faltando a sorte

Onde ferido por golpes de morte

Agonizava o amor.//

Música 1536, R.Bozza.

Um dia de paz, Nº 1537

Um dia de paz

Manhã de céu azul

Linda de norte a sul

O astro rei sorrindo

À toa eu vou curtindo

Nos braços do meu amor

Vai dar meio-dia e meia

Ao cinza da lua inteira

Com a onda beijando a areia

No avanço da maré cheia

Na praia do Arpoador

O anil do azul fugindo

Na tarde o sol sumindo

No horizonte caindo

É a noite que vai chegar

No céu a lua é a mesma

Na paz de um colchão de areia

Ao longe canta a sereia

É hora de vadiar.//

Música 1537, R.Bozza.

Eu e o tempo, Nº 1540

Eu e o tempo

Eu fiz um poema singelo

Que fala do tempo e de mim

Com versos bonitos sinceros

De rimas dizendo assim

Velho de cabelo branco

Pencas de rugas no rosto

Tudo pro tempo perdi

Mas não estou derrotado

Ainda tenho o retrato

De alguém que nunca esqueci

Assim

Enquanto em meu coração

Forte

Atormentar a saudade

Ninguém

A nenhuma outra paixão

Juro

Darei amor de verdade

Tempo

Por mais que em meu corpo passes

Que marques

Não importa nunca serei infeliz

Porque

Mesmo que tanto maltrates

Arrases

Ela estará sempre dentro de mim.//

Música 1540, R.Bozza.

O plano, Nº 1542

O plano

Eu vou tentar

Seja de que jeito for

Recomeçar

Este sofrido amor

Que por minha culpa

Máxima culpa

Tolamente terminou

Hoje ela faz dezoito anos

Pra reconciliação

Já estou bolando um plano

Recheado de ilusão

Brincos pulseiras

Um buquê de flores

Cordão de ouro

Rosas de várias cores

Calcinha de renda negra

Baby-doll da mesma cor

Perfume do Boticário

Uma canção de amor

Que esse malandro otário

Apaixonado criou

Num hotel de cinco estrelas

Derramar tudo aos pés dela

Jurando um eterno amor.//

Música 1542, R.Bozza.

Crime sem perdão, Nº 1546

Crime sem perdão

Não sei se ela ainda me quer

Eu nunca mais quero saber

Dessa perigosa mulher

Maria Alice é um eis amor

Infelizmente não tem solução

O que me disse causou tanta dor

Nem pensar em reconciliação

Cruel batalha veio com tudo

Igual navalha cortou bem fundo

Palavras duras gritantes

Qual o aço da espada

Uma tortura cortantes

Com o gume de uma faca

Perfurando igual farpa de arpão

Ponta de estaca bala de prata

Ferindo de morte meu coração

Foi tanta tolice que Alice me disse

Na nossa separação

É ida sem volta pra mim está morta

Foi um crime sem perdão.//

Música 1546, R.Bozza.

Eterna guerra, Nº 1552

Eterna guerra

A minha vida com ele

É uma eterna guerra

De carinho e desamor

Durante o dia briga

Tendo ou não tendo razão

E sempre se sai vencedor

Mas quando a noite chega

Já estou pronta pra batalha

Abro em par a janela

Deixando a Lua entrar

O meu perfume espalha

Um cheiro de sexo no ar

Lá vem com ares de santo

Cheio de paixão roçando

Pelo meu corpo todo nu

A implorar um carinho

Dócil feito cachorrinho

Já não é mais o Pit Bull

Vingança

Da vingança chega a hora

Vingança

Sou a fêmea poderosa

Ele bem sabe só tem um jeito

Para saciar o seu desejo

Sem ter talvez beijar meus pés

Ajoelhar pedir perdão

É uma eterna guerra

A minha vida com esse cão.//

Música 1552, R.Bozza.

Amor traiçoeiro, Nº 1554

Amor traiçoeiro

Quando o amor chega

É bem de mansinho com muito carinho

Pedindo licença

Para entrar

Em nosso coração

Ali ele deixa

Com livre arbítrio falar o juízo

Se a gente aceita

Ele ficar

Lá dentro ou não

Acontece que esse amor

Feito um grileiro

Invadiu meu peito

De tudo se apossou

Como se fosse um direito seu

Colheu flores colheu carinhos

Plantou dores plantou espinhos

E foi embora sem um adeus.//

Música 1554, R.Bozza.

Faz muito tempo, Nº 1561

Faz muito tempo

Como sempre

Acordei pensando nele

Já faz tempo

Que não vejo meu amor

E como sempre

Fui buscar o cheiro dele

No travesseiro

No lençol no cobertor

Trocamos beijinho o dia inteirinho

Em todo lugar

No quarto na sala no banheiro

Ardentes carinhos qual feras no cio

A gente a se amar

Na cama no chão sob o chuveiro

Acontece

Para um coração apaixonado

Quando longe

Cada minuto é eternidade

Só tem meia hora que foi pro trabalho

Só tem meia hora que ele se afastou

Mas já estou morta de tanta saudade

Faz muito tempo que não vejo meu amor.//

Música 1561, R.Bozza.

Olhos nos olhos, Nº 11566

Olhos nos olhos

Estamos nós outra vez

Quase dois anos depois

Sem mandamentos sem leis

Sem regras entre nós dois

Sem importar

Se é pecado ou crime

Sem escutar

Qualquer conselho ou aviso

Refazendo planos

Que não vão se realizar

Com os mesmos sonhos

De novo a esfumaçar

Olhos nos olhos

Com juras de amor

Que vamos quebrar

Afã nos corpos

Ardendo em paixão

Fadada a apagar.//

Música 11.566, R.Bozza.

Três sonhos, Nº 1568

Três sonhos

A primeira vez

Que eu sonhei com ela

Por nada entender de amor

Eu me apavorei

Com medo fugi dela

E aí o tempo rodou

Na segunda vez

Que eu sonhei com ela

Por pouco entender de amor

Eu me assustei

De novo fugi dela

Novamente o tempo rodou

Da terceira vez

Que eu sonhei com ela

Já diplomado em amor

Eu me aventurei

Mas a resposta dela

Foi não o sonho acordou

O espelho mostrou

Que meu tempo passou.//

Música 1568, R.Bozza.

Tempos de guerra, Nº 1570

Tempos de guerra

Eu briguei com ele uma briga fria

Uma briga triste uma briga feia

De palavras duras de rancor tão cheias

Como o fio da navalha

Qual a ponta do espinho

Sem perdão elas cortavam

Sem clemência elas feriam

Que nunca mais ia voltar ele jurou

Tempos de guerra passam

Quando as feridas saram

Nunca e sempre não existem no amor

Feito as dunas no deserto

Igualzinho às ondas do mar

Qualquer dia tarde ou cedo

O mundo roda o vento sopra

E tudo volta pro lugar

Tempos de guerra passam

Esse também há de passar.//

Música 1570, R.Bozza.

Só louco, Nº 1572

Só louco

Você partiu ah doeu demais

Sem um adeus sem olhar pra trás

E de repente agora

Você pede pra voltar

Quer que eu mande embora

Quem ficou no seu lugar

Alguém que cobriu

De flores o meu caminho

Que as mãos feriu

Pra tirar tanto espinho

Só louco

Pra perdoar o que me fez

Só louco

Pra sofrer tudo outra vez

Só louco

Pra trocar rosa por pedra

Só louco

Pra querer você por ela.//

Música 1572, R.Bozza.

Só louca, Nº 1573

Só louca

Sofri demais na sua mão

Eu conheci o desamor

Perdi a paz comi o pão

Que o Diabo amassou

É bem verdade que fora da cama

Nunca negou o que eu quis

Na realidade sem fazer drama

Lá dentro dela fui feliz

Mas acontece nas suas tramas

Dia e noite noite e dia

Qualquer piranha qualquer mundana

Que encontrava me traía

Só louca

Pra perdoar o que me fez

Só louca

Pra amargar tudo outra vez

Só louca

Pra aceitar um cara assim

Sou louca

Novamente eu dei o sim.//

Música 1573, R.Bozza.

Clame por Deus, Nº 1579

Clame por Deus

Nosso fim de caso

Seus olhos brilhavam

Farpas de aço

Meus olhos cansados

Sofridos choravam

Dois grandes lagos

Eu ali quase a implorar

Pedindo pra ele ficar

Clamando pelo bom Deus

Ele sem se importar

Nem uma gota no olhar

Sorrindo disse adeus

Hoje os papéis se invertem

Como esse mundo é cruel

Sem piedade ele serve

Na mesma taça mel e fel

Ele quase a implorar

Pedindo para voltar

Que esquecesse o adeus

E eu sem me importar

Sem uma gota no olhar

O peito vazio de Deus.//

Música 1579, R.Bozza.