Mel e fel, Nº 9748

Mel e fel

Afagos, beijos na boca

Em sussurros sobre a cama

Às vezes por cima dela

Às vezes por cima de mim

Foi assim que nós juramos

Uma linda história sem fim

Os meus dias eram claros

Muita ternura

Sempre azul nosso céu

Minhas noites eram doces

Muita loucura

Em jarras cheias de mel

Entre pragas e afrontas

Ameaças de vingança

Eu atirando, pra ela

Ela atirando pra mim

Foi assim que excomungamos

A nossa história sem fim

Hoje tudo está perdido

Muita amargura

Sempre escuro nosso céu

Minhas noites são amargas

Uma tortura

Em potes cheios de fel.//

Música 9748, R.Bozza.

Declaração, Nº 9740

Declaração

Tomei coragem

Fui falar com ela

Coisas, que certamente sabia

Coisas, que tinha medo de contar

Comecei falando de flores

Dos seus perfumes e cores

Da lua e das estrelas

Como elas eram tão belas

Tomei coragem

Fui jurar pra ela

Amor, na mais linda poesia

Amor, que não consigo mais calar

Dizendo coisas sinceras

Que eu nunca pensei sentir

Rezando para que ela

Sentisse o mesmo por mim.//

Música 9740, R.Bozza.

Por que dá certo, Nº 9737

Por que dá certo

Ela na lida da vida

Fazendo suas tarefas

Cumprindo árduas batalhas

Lavando

Sem uma peça manchar

Passando

Sem nada amarrotar

Fritando

Sem um petisco queimar

Eu aqui na boemia

Entre bregas e serestas

Essa é a minha praia

Tocando

Sem uma nota errar

Cantando

Sem um tom desafinar

Bebendo

Mas sem me embriagar

Por que dá certo

Porque a gente se ama

Amor sincero

Dentro e fora da cama

E quando chego a paixão

É fogo de não apagar

Corpo alma e coração

De quase a cama quebrar.//

Música 9737, R.Bozza.

A praga, Nº 9734

A praga

Ele à toa na gandaia

Atrás de rabo de saia

No balanço da seresta

No agito de um brega

Ela em casa sozinha

Sempre na mesma aflição

Do tanque para cozinha

E da pia para o fogão

Enfeitando sua mesa

As gatinhas as princesas

Tudo a toque de cachaça

De uísque de cerveja

De repente o vizinho

A inesperada ilusão

Tsunamis de carinho

De pecado de paixão

Agora

Enquanto ele se embriaga

Outro aquece seu colchão

Por praga

Aqui se faz aqui se paga

É a lei do mundo cão.//

Música 9734, R.Bozza.

Amo você, Nº 9720

Amo você

Por mais que olhe pra outra

Não tem jeito

Eu vejo você

Por mais que fale com outra

Não tem jeito

Escuto você

Por mais que busque por outra

Não tem jeito

Encontro você

Por mais que eu toque em outra

Não tem jeito

Eu sinto você

Por mais que deite com outra

Não tem jeito

Estou com você

Por mais que eu goste de outra

Não tem jeito

Eu amo você.//

Música 9720, R.Bozza.

Um beijo, 9719

Um beijo

Se eu desse um beijo nela

Inocente bem doce selado

Culpava a lua

Prateando a rua

Seria pouco juízo

Ou simplesmente abobado

Seria um beijo insensato

Seria um beijo ligeiro

Beijo de um velho casado

Numa menina solteira

Se eu desse um beijo nela

Indecente melado molhado

Culpava a cerveja

 Com toda certeza

Eu estaria bebido

Ou totalmente aloucado

Beijo sonhado devasso

Beijo com gosto e cheiro

De uma mulher em pecado

A se entregar por inteira.//

Música 9719, R.Bozza.

Inevitável, Nº 9718

Inevitável

Qualquer dia desses

Com toda certeza

Há de chegar para ela

Nova paixão novo amor

De um belo jovem

De brasa acesa

Uma forte labareda

Que ela ainda não provou

Fogo que o tempo sem pena

Há tempos de mim já levou

Virá o fel da tristeza

Será um passaporte pra dor

Então nesse dia

Também com certeza

O negro dos olhos dela

Olhará pra outro senhor

Aí nesse dia

O coração da princesa

Não será mais do poeta

Que por ela morre de amor.//

Música 9718, R.Bozza.

 

Amor desastrado,k Nº 10365

Amor desastrado

Pobre cachorro de rua

Não tenho nenhum valor

Numa eterna procura

Sonhando com o amor

É do destino a culpa

Por ser assim como sou

Será minha, será sua

Talvez de Nosso senhor

Não sei, só sei

Que estou apaixonado, tonto caído de quatro

E dessa vez

Ainda mais desgraçado, por um querer desastrado

Ela é uma graça, rica de raça

Preciosa princesa tem até pedigree

Eu não sou nada, pobre diabo

Sem eira nem beira a vagar por aí

De tudo me chamam

Pescoço, Pandora

Nem nome eu tenho

Somente alcunha

Às vezes eu sonho

Um sonho impossível

Com ela ao meu lado

Morar lá na lua.//

Música 10.365, R.Bozza.

 

A jovem morena, Nº 9716

A jovem morena

A jovem morena

Que rosto puro de anjo

Cabelo anelado

Sobre o ombro em trança

Cheirando a pecado

Mulher ainda criança

Olhou para mim

Com um olhar de espanto

De um jeito assim

Como se eu fosse um santo

Sorrindo pra mim

Um lindo sorriso branco

De um branco marfim

Por pouco não me cegando

A jovem morena

Vejam que ironia

Soltando a negra trança

De mim sem ter pena

Em loucos carinhos

Me profanava na cama.//

 

Música 9716, R.Bozza.

Minha princesa, Nº 9714

Minha princesa

Bonita de rosto

Os olhos brejeiros

Tão linda de corpo

Requebro faceiro

É assim minha princesa

Se de fato me quiser

Enfim serei o seu homem

E ela minha mulher

Ainda menina

Mulher por inteira

Dos seus namorados

Serei o derradeiro

É assim minha princesa

Se de fato me quiser

Enfim serei o seu homem

E ela minha mulher

Quem sabe o segundo

Talvez o terceiro

Mas dentro da cama

Quiçá o primeiro

É assim minha princesa

Se de fato me quiser

Enfim serei o seu homem

E ela minha mulher.//

Música 9714, R.Bozza.

Azar ou sorte, Nº 9700

Azar ou sorte

O brega a seresta calados

A festa emudeceu

O bar meia porta fechada

Quando ela apareceu

Não sei se azar ou por sorte

Se veio do sul ou norte

Cabelo negro trançado

A deslizar pelo peito

Caído do lado esquerdo

Sobre o ombro jogado

Não sei se azar ou por sorte

Cobrindo o ousado decote

Foi lá no fim da madrugada

Depois do tempo normal

Depois do tempo esgotado

Já bem no apito final

Não sei se azar ou por sorte

Pro coração vida ou morte

Metade criança, metade adulta

Com jeito de santa, trejeitos de puta

Não sei se foi por azar, não sei se foi pura sorte

Antes do dia raiar, com outro se foi para o norte.//

Música 9700, R.Bozza.

 

Desejo e ilusão, Nº 9727

Desejo e ilusão

Sua inocência me encanta

Sua indecência me assusta

De dia uma lady na cama

À noite ela vira uma puta

Ela é o meu desejo ela é minha ilusão

Ela é o meu amor ela é minha paixão

Se ela fosse só inocente

Eu não amava tanto quanto amo

Se ela fosse só indecente

Não adorava tanto quanto adoro

Ela é o meu desejo ela é minha ilusão

Ela é o meu amor ela é minha paixão

A inocência

Docemente com a alma eu sorvo

A indecência

Loucamente devoro com o corpo

 

Ela é o meu desejo ela é minha ilusão

Ela é o meu amor ela é minha paixão.//

Música 9727, R.Bozza.

 

 

 

 

Calúnia, Nº 9713

Calúnia

Ando buscando motivos

Para não pensar mais nela

Ando buscando razões

Para não gostar mais dela

Ando buscando defeitos

Pra dar desprezo a ela

Ando buscando senões

Pra acabar com essa espera

De tolo que sou

Ando buscando

Alguma coisa errada

De tonto que sou

Ando buscando

Porém não encontro nada

Assim eu vou me enganando

O fato é que essa

Maravilhosa mulher

Que vivo caluniando

Já tem o seu dono

Nunca me quis nem me quer.//

Música 9713, R.Bozza.

Não importa, Nº 9699

Não importa

Quando a gente gosta

Com sinceridade

Quando se deseja

E é de verdade

Não importa a espera

Não importa a idade

Com a brasa do amor

Com o fogo da paixão

Com infinito calor

Com eterna ilusão

Tem muito pouco valor

Quem é casado ou não

Quando a gente se quer

Seja homem ou mulher

Estando perto

 É o mel da felicidade

Seja homem ou mulher

Quando a gente se quer

Estando longe

Bate o fel da saudade.//

Música 9699, R.Bozza.

Se, Nº 9686

Se

Se eu tivesse

Pencas de anos a menos

Se ela tivesse

Alguns poucos anos a mais

Talvez se vivesse

Momentos de guerra e paz

Bem que sonhava

Bem que arriscava

Com ela uma nova ilusão

Bem que aceitava

Bem que rolava

Entre nós uma louca paixão

Acontece

Literalmente

O tempo é duro

Não sabe andar para trás

Acontece

Infelizmente

Não há futuro

A vida não volta jamais.//

Música 9686, R.Bozza.

Loucura, Nº 9697

Loucura

Quando ela chegou

Na festa

O céu estava

Clarinho

E foi um tal de trovejar

A orquestra atacou

Um brega

Depois virava

Chorinho

E foi um tal de relampear

Os olhos dela

Soltavam centelhas

Os lábios dela

Riscavam faíscas

Do corpo dela

Saltavam coriscos

Quando acabou a festa

Trilhando loucos caminhos

Mais doces que o doce mel

Longe do som da orquestra

Entre ousados carinhos

Nós dois numa cama de hotel.//

Música 9697, R.Bozza.

 

Cartão vermelho, Nº 9696

Cartão vermelho

Realmente era preciso

Deixar os pés presos no chão

Finalmente ouvi o siso

Falou mais alto a razão

Sabiamente o juízo

Calou sem pena o coração

Sensatamente era o início

Do final dessa ilusão

E agora

Essa doença

É só carência

De um outro amor nova paixão

E agora

Bola pra frente

Que atrás vem gente

Cartão vermelho na solidão.//

Música 9696, R.Bozza.

Busca em vão, Nº 9695

Busca em vão

 

Pra alegrar

Os meus dias de tristeza

Pra aliviar

As noites frias de tédio

Eu busco um louco veneno

Eu busco um tolo remédio

Que faça efeito

No pobre do meu coração

Que está morrendo

Sufocado em solidão

Mesmo sabendo

Que essa busca é em vão

Pra combater

A amargura o desamor

 Não me perder

No fel de toda essa dor

Eu busco um tolo veneno

Eu busco um louco remédio

Que faça efeito

No pobre do meu coração

Que está morrendo

Sufocado em solidão

Mesmo sabendo

Que essa busca é em vão.//

 

Música 9695, R.Bozza.//

 

Ela quer eu quero, Nº 9694

Ela quer eu quero

Poeta

Vê se desiste

Dessa pequena

Tão verde, tão linda

Tão doce tão meiga

Tão virgem ainda

Poeta

Não mais insista

Nessa princesa

Nessa menina

Tão sem defesa

Tão sem malícia

Acontece

Que não sou de ouvir conselho

Acontece

Ela quer o que eu quero

Fora da cama

Com a alma viajar pro céu

Na ternura do amor da ilusão

Dentro da cama

Com o corpo desfrutar do mel

 Da loucura do calor dessa paixão

Música 9694, R.Bozza.

 

Lenitivo, Nº 9690

Lenitivo

Tem certos dias

Que a nostalgia

Parece coisa do Cão

Em ladainha

Em agonia

De difícil solução

Nesses tais dias

A minha vida

É um barco sem timão

Dias sombrios

Noites vazias

De tristeza e solidão

A poesia

O lenitivo

Do mel de alguma canção

É o carinho

Que alivia

Meu sofrido coração.//

 

Música 9690, R.Bozza.

É sempre assim, Nº 9688

É sempre assim

Cada vez que me dá desprezo

Eu sofro

Eu choro

É uma dor doída demais

Cada vez que lhe dou o troco

Se sofre

Se chora

Esconde com um riso a mais

Se sofro se choro

Ele sabe

Se sofre se chora

Eu nunca sei

Cada vez que me dá um dengo

Eu canto

Eu danço

A felicidade é demais

Cada vez que lhe dou o troco

Se canta

Se dança

Esconde com um silêncio a mais

Se canto se danço

Ele sabe

Se canta se dança

Eu nunca sei.//

 

Música 9688, R.Bozza.

Desabafo, Nº 9693

Desabafo

Poeta

O fel desabafa

Mas sorri disfarça

Pra ninguém perceber

Que ela

É a flor mais rara

A joia mais cara

Que acabou de perder

Que ela

É a dor que não para

Por mais que se arraste

Esse mundo a correr

Que ela

Foi o ouro a prata

Do divino a graça

Seu maior bem querer

Que ela

Hoje é zinco é lata

Do Diabo a patada

Que arruinou seu viver.//

Música 9693, R.Bozza.

Cedo e tarde, Nº 9622

Cedo e tarde

Com os olhos diz que me ama

Sua metade menina

Com o corpo convida pra cama

A outra metade mulher

Meu Deus do céu o que faço

Com os lábios diz que não quer

Cara limpa sem cerveja

Para meditar é assim

Preciso ter a certeza

Será que é bom ou ruim

Ler na mente da princesa

O que ela sente por mim

É cedo para sonhar

Por em risco meu coração

É cedo melhor meditar

Preciso por o pé no chão

É cedo para apostar

Nessa melindrosa ilusão

É tarde para evitar

Tal deliciosa emoção

É tarde para escapar

Dessa furiosa paixão

É tarde pra me libertar

De tão perigosa prisão.//

Música 9622, R.Bozza.