Carcará
Sou bicho do mato, enfrento os macacos, sirvo a Lampião
Talhado na pedra, forjado no aço, o meu coração
Sofrendo aprendi, não ter medo da morte
Se falta a sorte eu faço oração
Carcará, Carcará não, Carcará não aceita a prisão
Carcará, Carcará não, Carcará é a águia do sertão
Da fêmea, o gosto o cheiro eu sinto de longe
Se a presa é bom prato, agrado, divido o prazer
Atocaiado, aguardo, se ela me foge
Da garra afiada da águia, não dá pra correr
Carcará, Carcará não, Carcará não aceita a prisão
Carcará, Carcará não, Carcará é a águia do sertão
Por Deus e o Diabo, já fui desprezado
Nenhum desses dois em seu reino me quer
Por companheira peixeira, pistola, viola
E só pra matar a vontade, às vezes faço viagem
Pro colo de alguma mulher
Carcará, Carcará não, Carcará não aceita a prisão
Carcará, Carcará não, Carcará é a águia do sertão.//
Música 7304, R.Bozza / R.F.Bozza.