Pesquisar este blog

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Destino cruel, Nº 174

Destino cruel

Quando passava embaixo da minha janela, iam com os dela os meus olhos se encontrar
Falar de coisas que só a gente compreendia, coisas que um dia a gente ia realizar
Eu tão menino tão inocente tão criança, ela de trança nem sabia namorar
Tão indefeso o peito cheio de esperança, pobre criança era hora de acordar

Veio o Destino esse cruel aventureiro
Frio mensageiro, da ventura e dissabor
Indiferente, de um só golpe traiçoeiro
Me fez deixar a rua dela me levou
Parti pra longe o coração feito em pedaços
Num longo abraço nosso amor fomos jurar
Eu não sabia como a vida envolve a gente
Igual serpente aperta até nos sufocar

Do pensamento não me sai a sua imagem, doce miragem desse grande sonhador
Que trocaria a alma pela de um poeta, pra em verso e prosa aliviar a sua dor
Minhas canções são sempre assim angustiadas, desesperadas tão carentes de calor
Por sentir tanto tanto tanto a falta dela, fui me tornando esse amargo trovador

Passaram anos muito mais de vinte anos
Um bom pedaço desse mundo já rodei
Me fiz de forte procurando pela sorte
Em meu caminho jamais a encontrei
Girou de novo poderosa a mão do tempo
Frio caprichoso, o Destino que odiei
Vil feiticeiro aos meus pés deitou riquezas
Estou de volta à mesma casa em que morei

Insano insone passo as noites à janela, espero aquela que outrora foi meu bem
No céu a Lua testemunha de quem ama, e do meu drama chora sabe ela não vem
Como eu queria na tristeza dessa hora, olhar pra fora ver o mundo que foi meu
Oh Deus do céu ouve meu canto vem buscar-me, esse teu filho há muito tempo já morreu.//

Música 174, R.Bozza.






Nenhum comentário:

Postar um comentário